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Música
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Fim do funk carioca e começo da nova MPB pop
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Ricardo Ivanov/Redação Terra
Trezentos e sessenta e poucos dias depois do início de 2001, não há mais sinal do funk carioca nas rádios. Ufa! Mas aguardem, pois o mercado sempre inventa uma nova onda, normalmente de baixa qualidade.
Mas no outro lado da extremidade desta tese, o ano trouxe artistas nacionais interessantes para a mídia. No Brasil, foi tempo do surgimento da nova MPB pop engajada, com cantores como Max de Castro (leia mais) e turma da gravadora Trama, louros da revista americana Time para o Pato Fu (leia mais) e o forró e o sertanejo mandando no mercado.
O ano também foi de dissoluções de velhos conhecidos.
Frejat (veja apresentação no Terra) resolveu embarcar em carreira solo, longe do Barão Vermelho. Os Raimundos perdeu o vocalista, que cansou da "bandalheira roqueira de bastidores" (leia mais). Algumas bandas, no entanto, podem voltar, embora muitos não queiram: RPM. Com isso, querem transformar a chamada "década perdida" dos 80 em uma espécie de nostalgia kitch do novo milênio. O Titãs voltou com disco "na trave" e o público estranhou no início, deixando vazio o primeiro show da banda em SP (leia mais).
Os Djs mantiveram seu reinado com centenas de eventos no Brasil - Skol Beats, Free Jazz, etc, etc. Os brasileiros Marky e Patife são "os eletrônicos da vez". Diante da eletrônica cada vez mais facilitando o acesso a produção musical, 2002 certamente trará mais novidades no setor.
Dos medalhões, o que mais se destacou foi certamente Roberto Carlos, que é sempre um caso à parte. Depois da polêmica em torno de seu Acústico - gravado na MTV, mas açoitado pela Globo, que barrou a exibição do programa -, enfim o Rei conseguiu soltar no mercado o disco, que traz seus clássicos de começo de carreira com roupagem despojada. "Não me meto nesses assuntos. Tenho pessoas para isso", disse sobre a controvérsia jurídica (leia mais). Gilberto Gil e Milton Nascimento encerraram sua bem-sucedida turnê em conjunto, a primeira da história da carreira dos dois (confira show de Gil e Milton no e-festival IBM).
Ainda dentro da boa música "adulta" brasileira, Edu
Lobo e Chico Buarque voltaram a compor juntos, para o musical Cambaio, que teve a direção de Lenine, outro que vai brilhar em 2002 como a nova esperança da MPB (leia mais). Rita Lee vende bem seu novo CD, Aqui, Ali, em Qualquer Lugar, enquanto
Daniela Mercury continua sua saga pela música eletrônica, abandonando um pouco o axé (leia mais), que saiu da moda do dia já faz um tempo - apesar de Carlinhos Brown sustentar que ainda vão "edificar uma nova MPB" (leia entrevista). Djavan pegou a beirada do ano para lançar seu CD volta às raízes, Milagreiro (leia mais).
Dos outsides, Marcelo Nova (leia mais) e Inocentes (confira Chat Show exclusivo) procuram espaço entre o público, lançando compilações de antigos trabalhos e até novidades. Agora o inimigo "número 1" desses dois, os sertanejos, continuam vendendo às pampas. Exemplo: Zezé Di Camargo e Luciano, Bruno e Marronei, Leonardo e Ricky e Renner - alguns graças a escândalos que não tiveram nada a ver com a música.
Funk Como Le Gusta mostrou no Free Jazz que se deixarem, viram um dos grupos pop "chiques" mais requisitados pela moçada que gosta de Jamiroquai e adjacências. Ainda entre as revelações do ano estão o grupo Cordel do Fogo Encantado e o jovem violonista Yamandu Costa, de 21 anos. Também fora das camadas populares figuram nomes como Bebel Gilberto, que é vista no exterior como uma "Björk Carioca", e Otto, com seu Condon Black, já premiado como Melhor Disco
Pop pela APCA.
Em alta para 2002:
Sandy e Júnior
Luciana Mello
Wanessa Camargo
Skank
Lenine
Marcos Suzano
Otto
Supla
Patrícia Coelho
Volta
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