| Berlusconi e Bush: aliados contra o terror (Foto: AP) |
O magnata da televisão privada italiana, Silvio Berlusconi, voltou ao poder em 2001 em meio a um longo rastro de receios, apesar da enorme maioria parlamentar concedida por 16 milhões de eleitores. O retorno ao cargo de presidente do governo (primeiro-ministro) do líder conservador ocorreu em 13 de maio, em eleições marcadas pelo caos. Sete anos depois que as acusações de corrupção acabaram com sua primeira e breve experiência como primeiro-ministro, Berlusconi, o homem mais rico da Itália, obteve o triunfo eleitoral depois que a centro-esquerda saiu do poder.
Berlusconi, que em 2001 completou 65 anos, voltou ao poder por cima das pressões às que foi submetido por boa parte da imprensa européia, que lembrou os processos por corrupção - dos quais foi absolvido - e pôs em dúvida sua "índole moral" para governar um dos países do exclusivo Grupo dos Sete (G7). Berlusconi firmou seu triunfo com a promessa de fazer uma revolução. Seus compromissos e conceitos estão restritos a um programa que assegura a redução de impostos, a criação de 1,5 milhão de empregos, o aumento das pensões e sendos planos de seguridade e infra-estruturas.
Berlusconi é agora um líder renovado. Seus sócios de sempre, a ex-fascista Aliança Nacional e a ex-separatista Liga Norte, não são mais decisivos e foram domesticados pelo tempo e as circunstâncias. Com estes precedentes, e sem apenas tempo para moderar sua imagem com a maquiagem do poder, o líder da Casa das Liberdades estreou com a "via crucis" em que acabou se tornando, no fim de julho, a controvertida cúpula do G8, em Gênova.
Depois chegou 11 de setembro e a a guerra contra o terrorismo, que diminuiram o valor da reserva e dos olhares cuidadosos endereçados a seus primeiros passos no governo. O novo primeiro-ministro italiano teve tempo, entretanto, para afundar em sua vertiginosa tendência à polêmica com a gafe, ao sugerir a superioridade da civilização ocidental frente ao Islã. Abrigado pela aliança internacional e por um fervor pró-americano, Berlusconi e a Liga Norte levaram ao Parlamento uma dura lei de imigração que em outros tempos teria dado muito o que falar.
Outras duas iniciativas também deram margem a comentários: uma que dificulta os pedidos judiciais do Exterior e outra que reduz as penas por delitos de falsidade. Mas Berlusconi levou na palma da mão os juízes e procuradores que em outros tempos o colocaram no olho do furacão e os que, ajudados por novas e recentes absolvições em processos, foram acusados de desencadear "uma guerra civil" entre 1992 e 1994.
EFE Volta
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