O Tribunal Penal Internacional de Haia (TPIY) conseguiu atingir um de seus maiores objetivos este ano: julgar o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, acusado de crimes contra a humanidade, violação de tratados de guerra e genocídio nos conflitos no Kosovo, Croácia e Bósnia. Milosevic, o primeiro ex-chefe de Estado que será julgado pelo tribunal da ONU, foi transferido para a prisão de Scheveningen, em Haia, em 29 de junho depois de grande polêmica em seu país sobre a validade de um julgamento internacional.
Com a transferência para o triunal pô-se fim a um ciclo de mais de dez anos em que Slobodan Milosevic arrastou seu país e toda a região dos Balcãs a três guerras consecutivas que provocaram milhões de mortos e centenas de milhares de refugiados, vítimas da limpeza étnica praticada pelas forças servias. Mas, uma vez no tribunal o ex-dirigente iugoslavo, jurista de formação, não se deu por vencido e inicou uma estratégia de defesa que consiste em abrir mão de um advogado de defesa e desqualificar o Tribunal de Haya, criado pelo Conselho de Segurança da ONU em 1993 para julgar os crimes de guerra na antiga Iugoslavia.
Milosevic argumenta que o Tribunal Penal de Haia não é um órgão "legítimo" já que foi criado pelo Conselho de Segurança da ONU e não pela Assembléia Geral, que representa os 189 Estados membros. Atualmente Milosevic tenta derrubar as acusações da promotora Carla Del Ponte, cujas idéias ele disse serem do "nível de uma criança de sete anos".
EFE
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