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Ricardo Salles pede demissão do Ministério do Meio Ambiente

Investigado pela PF, ministro teve a exoneração publicada no Diário Oficial da União; Joaquim Alvaro Pereira Leite vai comandar a Pasta

23 jun 2021 - 17h31
(atualizado às 18h12)
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Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
22/04/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles 22/04/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nesta quarta-feira, 23. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União e informa que a exoneração foi a pedido de Salles.

Pressionado, Salles alegou motivos familiares para deixar o cargo. Ele é alvo de inquérito, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), por supostamente ter atrapalhado investigações sobre apreensão de madeira. Ele nega ter cometido irregularidades.

"Para que isso (investigação) seja feita de forma mais serena possível, apresentei minha exoneração", disse Salles ao justificar o pedido em coletiva no Palácio do Planalto.

Novo ministro

No mesmo decreto, Bolsonaro nomeou Joaquim Alvaro Pereira Leite como novo ministro do Meio Ambiente.

Leite é ex-conselheiro de uma entidade ruralista, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) por 23 anos. Segundo o jornal O Globo, ele também já ocupou outros cargos diretivos. No site da SRB é possível ver que o grupo apoia a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida como bancada ruralista. Além disso, a entidade já se posicionou publicamente em apoio a Salles.

Atualmente, Leite atuava como secretário de Florestas e Desenvolvimento Sustentável no próprio Ministério do Meio Ambiente.

Polêmicas da gestão Salles

A gestão de Salles a frente do Ministério do Meio Ambiente foi marcada por diversas polêmicas, incluindo a que envolve a reunião ministerial de 22 de abril de 2020. Na ocasião, ele sugeriu a Bolsonaro que o governo aproveitasse a pandemia do novo coronavírus para "ir passando a boiada", ou seja, modificar as regras ambientais.

A demissão de Salles acontece em meio às investigações sobre a suposta participação do ex-ministro em esquemas para a exportação de madeira ilegal, bem como pressão de organismos internacionais para que o País reveja a política de combate ao desmatamento. Seu período como ministro foi marcado pelo desmonte de órgão de fiscalização ambiental e sucessivos recordes no avanço do desmatamento.

Na última semana, negociações bilaterais sobre questões ambientais entre Brasil e Estados Unidos foram suspensas, o que acendeu o "sinal amarelo" entre autoridades e parlamentares para os riscos de sanções econômicas. Para a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), o congelamento das conversas tem relação com as investigações contra o ex-ministro e com a paralisia no combate ao desmatamento.

Durante cerimônia de lançamento Plano Safra 2021/2022 na terça-feira, 22, o presidente Jair Bolsonaro fez diversos elogios à conduta do seu ex-ajudante. Segundo o presidente, o casamento da Agricultura com o Meio Ambiente foi "quase perfeito". "Parabéns Ricardo Salles. Não é fácil ocupar o seu ministério. Por vezes, a herança fica apenas uma penca de processos. A gente lamenta como por vezes somos tratados por alguns poucos deste outro Poder Judiciário", completou na ocasião.

CPI da Covid

A demissão do ministro acontece também no dia em que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado apertou o cerco ao Executivo e ao valor pago na compra de vacinas da Covaxin. Segundo mostrou o Estadão/Broadcast, o governo federal pagou dez vezes mais pelos imunizantes que o valor que havia sido anunciado seis meses antes.

* Com informações da Ansa

Estadão
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