Rodrigo Pacheco indica a empresários que reforma trabalhista não será revogada no próximo governo
Presidente do Senado afirma que não há espaço para o que chamou de 'retrocessos'; revisão é defendida pelo candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto
RIO - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), garantiu em discurso a empresários no Rio que não há espaço para o que chamou de "retrocessos" na reforma trabalhista. Pacheco afirmou que, seja com a reeleição de Jair Bolsonaro, seja com um novo presidente a partir de janeiro, o Congresso trabalhará em conjunto para garantir o crescimento do País e, possivelmente, "aprimorar" reformas. Descartou, porém, a possibilidade de revogação de algumas delas, como a trabalhista. A revisão tem sido defendida pelo candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, líder das pesquisas eleitorais.
Pacheco reiterou o discurso em conversa com a imprensa logo após o almoço organizado pelo Lide do Rio de Janeiro.
"Considero que as reformas que foram feitas nos últimos anos foram importantes e deram uma grande resiliência ao Brasil, inclusive num momento de crise que nós enfrentamos a pandemia", comentou. "Obviamente que aprimoramentos, novas ideias, eventualmente um novo governo que possa ter uma posição diferente dentro de uma engrenagem, de um planejamento bom para o País, nós vamos poder discutir. Agora, retrocesso ou revogação de uma reforma trabalhista, evidentemente eu não defendo."
Assim como fizera na quarta-feira, Rodrigo Pacheco não quis se aprofundar sobre a operação da Polícia Federal contra oito empresários bolsonaristas. Ainda assim, voltou a condenar atos antidemocráticos.
"O que eu digo de maneira geral é que manifestações antidemocráticas, sejam elas quais forem, numa praça quando se invoca um ato institucional, seja numa manifestação em algum evento que se defenda a ditadura militar ou algum retrocesso, ou mesmo conversas privadas, são manifestações equivocadas e que devem ser repudiadas", disse. "Nesse caso, é algo que cabe ao Poder Judiciário."