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Rússia lança mandado de busca contra primeira-ministra da Estônia; entenda o caso

Kallas causou indignação em Moscou ao ordenar a remoção de monumentos aos soldados soviéticos da Segunda Guerra Mundial no país báltico

14 fev 2024 - 08h13
(atualizado às 08h16)
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O governo russo emitiu um mandado de busca contra Kaja Kallas, a primeira-ministra da Estônia. A informação foi divulgada pelo Ministério do Interior nesta terça-feira (13). Este movimento é visto como mais uma indicação das tensões crescentes entre a Rússia e os países bálticos após a invasão da Ucrânia. Além disso, é a primeira vez que Moscou coloca um líder político estrangeiro na lista de procurados.

Kaja Kallas, primeira
Kaja Kallas, primeira
Foto: ministra da Estônia - Reprodução/Youtube / Perfil Brasil

De acordo com o comunicado, Kallas, que assumiu o cargo em 2021, está sujeita a um "processo criminal". Não houve ainda uma divulgação sobre os detalhes. No entanto, vale destacar que a primeira-ministra da Estônia tem se posicionado como uma das figuras mais marcantes na defesa de apoio à Ucrânia e na pressão por sanções mais severas contra a Rússia.

Taimar Peterkop, secretário de Estado da Estônia, e Simonas Kairys, o ministro da Cultura da Lituânia, também foram alvo de mandados de busca. Uma fonte de segurança russa afirmou que ambos os funcionários estonianos e o ministro lituano foram acusados de "destruição e degradação de monumentos [em memória] dos soldados soviéticos" da Segunda Guerra Mundial.

"Degradação da memória soviética"

Kallas causou indignação em Moscou ao ordenar a remoção de monumentos aos soldados soviéticos da Segunda Guerra Mundial na Estônia. Além disso, o país também expulsou o metropolita da Igreja Ortodoxa Russa por apoiar a invasão da Ucrânia. O governo russo viu essas medidas como um ato de repúdio ao legado soviético.

Em uma declaração pública, Dmitri Peskov, que é porta-voz de Vladimir Putin, afirmou que a primeira-ministra da Estônia toma decisões que são prejudiciais à memória do país. "Pessoas como ela são responsáveis por decisões que são, de facto, um ultraje à memória histórica. Estas pessoas tomam medidas hostis em relação à memória histórica e ao nosso país", disse ele.

Vale ressaltar que uma minoria russa reside na Estônia, Letônia e Lituânia e que essas ex-repúblicas soviéticas agora são membros da União Europeia e da OTAN. A Estônia ainda não se pronunciou sobre a decisão russa. No entanto, a medida tem pouco ou nenhum impacto prático. Isso porque as relações entre a Estônia e a Rússia estão estagnadas desde o início da invasão da Ucrânia.

Perfil Brasil
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