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Saiba o que aconteceu no primeiro dia do julgamento de Ronnie Lessa e Queiroz

30 out 2024 - 21h29
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Passados mais de seis anos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o julgamento dos acusados Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz ganhou destaque, especialmente devido à complexidade do caso e às suas implicações sociais e políticas. Nesta quarta-feira, 30, o julgamento começou no 4º Tribunal do Júri da Justiça do Rio de Janeiro, com os réus, que são ex-policiais militares, acompanhando a sessão por videoconferência a partir das cadeias federais onde estão presos.

Homenagem a Marielle Franco
Homenagem a Marielle Franco
Foto: depositphotos.com / thenews2.com / Perfil Brasil

Na sessão, que atrai atenção nacional, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, participa junto à família na primeira fileira do plenário, evidenciando o impacto profundo e pessoal deste caso. A tecnologia tem um papel fundamental, com transmissões ao vivo pelo YouTube, garantindo transparência e acesso da população às informações.

Os réus, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, enfrentam acusações de duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação. Se condenados, podem pegar penas de até 84 anos cada um. O julgamento envolve dias intensos com depoimentos de nove testemunhas e decisão por um júri composto por sete homens selecionados entre um grupo maior. Este processo faz parte de uma teia judicial mais ampla, que inclui um julgamento paralelo no Supremo Tribunal Federal sobre os supostos mandantes do crime.

O depoimento da assessora de Marielle no julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiróz

A primeira a depor foi a assessora Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado. Participando da sessão por videoconferência, ela solicitou que os réus não assistissem ao seu depoimento.

"Minha vida mudou completamente. Embora sejam que quase 7 anos desse atentado, não há normalidade. Eu tive que sair do país. Fui orientada a sair imediatamente da minha casa. Eu saí de casa 2 dias e meio depois com meu marido e a minha filha, após aguardar o trâmite da Anistia Internacional, que ofereceu um acolhimento", disse ela.

Além disso, a assessora relatou que antes de fazer parte da coordenação política de Marielle, tinha 15 anos de amizade com ela. "Eu não pude ir ao velório, ao enterro, à missa de sétimo dia. As pessoas acham glamuroso estar fora do país, mas eu queria estar lá", acrescentou Fernanda Chaves.

Os testemunhos de familiares

O depoimento de Marinete Silva, mãe de Marielle e segunda testemunha ouvida no julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiróz, foi marcado pela dor da perda e reflexões pessoais sobre a carreira política da filha. Marinete expressou receio quanto à candidatura de Marielle, mas reconheceu o papel essencial que ela desempenhou, sobretudo em sua representação como mulher negra dentro do cenário político. "A falta que a minha filha faz é imensurável", declarou.

Já Mônica Benício, viúva de Marielle, trouxe uma perspectiva íntima sobre os momentos finais vividos por Marielle, evidenciando seu compromisso social e avanço político ascendente antes do assassinato. "Eu lembro do último segundo que vi a minha esposa com vida. E ela disse: 'Eu te amo'", contou a Mônica, a terceira testemunha do julgamento.

Outras testemunhas, como Ágatha Reis, viúva de Anderson Gomes, compartilharam como a tragédia afetou profundamente suas famílias e o desenvolvimento de seus filhos, evidenciando o impacto geracional dos assassinatos. "Eu nunca tinha feito nada sem o Anderson, sempre tive ele ao meu lado. Eu tinha 27 anos e não consegui processar tudo", relatou.

Demais depoimentos do primeiro dia de julgamento

O primeiro dia de julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiróz também contou com as seguintes testemunhas: o investigador Carlos Alberto Paúra Júnior, que detalhou o processo que levou à conclusão de que o carro utilizado no crime era clonado; Luismar Cortelettili, que descreveu como as investigações confirmaram que Élcio de Queiroz esteve nas proximidades da casa de Ronnie Lessa no dia do crime; e a perita criminal Carolina Rodrigues Linhares, a qual detalhou o processo de perícia que confirmou o uso da arma.

Além disso, o delegado da PF Guilhermo Catramby depôs como primeira testemunha de defesa. Segundo ele, a investigação da Polícia Federal sobre o caso apresentava um "cenário árido" nas etapas iniciais da apuração. O delegado ainda trouxe as contribuições feitas pelos acusados. "A colaboração de Élcio elevou a investigação a outro patamar", ponderou. Ainda, convocado pela defesa de Ronnie Lessa, o policial federal Marcelo Pasqualetti afirmou que a PF não conseguiu esclarecer como Lessa teria conseguido a arma utilizada.

Perfil Brasil
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