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Saneamento básico: DRSAI causaram 0,9% dos óbitos no Brasil entre 2008 e 2019

Dados mostram que doenças de veiculação hídrica ainda ameaçam os brasileiros; empresário do setor comenta os principais impactos desse cenário para a sociedade

26 jul 2022 - 17h01
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Segundo indicadores da terceira edição do "Atlas de Saneamento: Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário", lançado em novembro de 2021 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as DRSAI (Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado) causaram cerca de 0,9% dos óbitos ocorridos no Brasil entre 2008 e 2019. Entre as mortes ocorridas apenas por doenças infecciosas e parasitárias no país, as DRSAI representam 21,7% dos óbitos no período.

Foto: pexels / DINO

Os números "dimensionam os impactos de um saneamento ambiental desigual e ainda não universalizado no país", afirmou o órgão, conforme publicado pela Agência Brasil. Entre 2008 e 2019, foram 11.881.430 casos de DRSAI, que levaram a 4.877.618 internações no SUS (Sistema Único de Saúde). As principais causas de morte foram Doença de Chagas, diarreia e disenteria - responsáveis por cerca de 81,5% dos óbitos no período.

A falta de saneamento básico é uma realidade para mais de 17 milhões de brasileiros, segundo dados de 2020 do Islu (Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana). Segundo o órgão, cerca de metade das cidades brasileiras despeja resíduos em depósitos irregulares. 

Para tentar reverter esse quadro, o novo Marco Legal do Saneamento foi sancionado em julho de 2020, por meio da Lei nº 14.026/2020. O documento tem o objetivo de alcançar a universalização dos serviços até 2033, garantindo que 99% da população tenha acesso à água potável e que o tratamento e coleta de esgoto chegue a 90% dos cidadãos.

Um novo estudo do Instituto Trata Brasil, revelou que, em 2019, 273 mil brasileiros foram internados e 2734 morreram em decorrência de doenças de veiculação hídrica. Gleison Pinheiro, diretor da PUMJIL, empresa que presta serviços de Desentupidora em São Paulo (SP), afirma que há diversas doenças relacionadas à falta de saneamento básico, como diarreia por escherichia coli, disenteria bacteriana, febre tifoide, cólera, hepatite A, verminoses, giardíase, amebíase e arboviroses.

De acordo com o levantamento do Instituto Trata Brasil, realizado a partir de informações do Ministério da Saúde e do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), ocorreram 30 mil internações relacionadas a doenças de veiculação hídrica entre 2018 e 2019. Do total de internações, 30% foram de crianças de 0 a 4 anos correspondem - 81 mil foram hospitalizadas.

Pinheiro observa que a falta de saneamento básico prejudica o desempenho das crianças que sofrem com DRSAI, que apresentam saúde debilitada e têm, como consequência, sua educação prejudicada em razão de aulas perdidas.

"Além do mais, não são apenas as crianças que são afetadas pela falta de saneamento adequado. As infecções gastrointestinais também fazem com que os adultos se afastem de suas atividades laborais, o que gera custos para as empresas e perda de desempenho por parte dos profissionais", acrescenta Pinheiro.

O diretor da PUMJIL ressalta que a falta de saneamento facilita a propagação de doenças, sobretudo entre aqueles que apresentam uma saúde mais fragilizada. "Para ajudar a evitar casos crescentes, é possível pensar em aumento do acesso à água potável, coleta e tratamento de esgotos, com a promoção da qualidade de vida e a geração de impactos significativos para a economia".

Com efeito, os investimentos em infraestrutura para o saneamento básico geraram cerca de 141 mil empregos entre 2004 e 2016, de acordo com o Instituto Trata Brasil.

Para mais informações, basta acessar: https://pumjil.com.br/

Website: https://pumjil.com.br/

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