Script = https://s1.trrsf.com/update-1737639310/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

São Paulo poderia ter área verde alagável na margem do Tietê: veja propostas urbanas arquivadas

25 jan 2025 - 14h02
Compartilhar
Exibir comentários

No coração de São Paulo, encontra-se um arquivo que guarda um legado de iniciativas urbanísticas não realizadas. Desde a década de 1970, quando a Emurb, precursora da SPUrbanismo, começou a operar, a cidade tem acumulado uma série de projetos de grande potencial que nunca viram a luz do dia. São planos que, se implementados, poderiam ter transformado o panorama urbano da metrópole. Arquitetos renomados, como Oscar Niemeyer e Ruy Ohtake, desenvolveram propostas que prometeram não apenas reurbanizar áreas significativas, mas também modernizar e trazer soluções inovadoras para os desafios urbanos históricos da cidade.

São Paulo completa 471 anos neste sábado
São Paulo completa 471 anos neste sábado
Foto: depositphotos.com / Ranimiro / Perfil Brasil

Durante muitas décadas, São Paulo se desenvolveu segundo um modelo urbano baseado em um sistema concêntrico de grandes avenidas. Concebido por Prestes Maia nos anos 1930, este plano buscava criar uma rede de radiais e perimetrais para facilitar o tráfego, mas acabou por tornar a cidade altamente dependente do automóvel. No entanto, em meio a tantas ideias arquivadas, surgiram propostas que prometiam redesenhar a mobilidade e a infraestrutura urbana de forma mais eficiente e sustentável. Entre os projetos armazenados, destacam-se iniciativas de todos os prefeitos, desde Jânio Quadros até Fernando Haddad, cada um adicionando sua visão ao legado urbanístico não concretizado de São Paulo.

Quais foram algumas das propostas urbanísticas para São Paulo?

Na vasta coleção de planos urbanísticos da cidade, existem diversas propostas que chegaram a ser financiadas, mas não foram implementadas. Um destaque é o projeto de reurbanização da margem do Rio Tietê, idealizado por Niemeyer e Ohtake. Previsto para incluir uma área verde alagável e um Centro Cívico, esse plano visava transformar a relação da cidade com o rio, criando uma nova centralidade urbana. Contudo, as plantas do projeto não foram preservadas no arquivo da SPUrbanismo.

Além disso, uma proposta particularmente interessante envolveu a criação de um hidroanel, destinada a explorar os rios Tietê e Pinheiros como rotas de transporte para cargas e passageiros. Este projeto não apenas prometia uma nova forma de deslocamento urbano, como também trazia uma solução potencial para o problema do trânsito na cidade. No entanto, apesar de um estudo de viabilidade ter sido realizado, a iniciativa permanece no papel.

Por que estes projetos não foram implementados?

O fator preponderante que levou à não implementação de muitos desses projetos é a falta de continuidade nas administrações municipais. Mudanças de governo frequentemente resultaram em prioridades distintas, deixando projetos de longo prazo pelo caminho. Outro aspecto é a resistência a alterar modelos urbanos estabelecidos, como o foco em avenidas com trânsito automotivo intenso. Obras dispendiosas e que demandam grande prazo de execução, como as propostas de reurbanização ou criação de infraestruturas novas, muitas vezes foram arquivadas devido a limitações financeiras e falta de interesse político em gerenciar cronogramas que ultrapassam os mandatos de prefeitos.

Os urbanistas argumentam que essa dissonância em visões de longo prazo para a cidade é agravada pela escassez de estratégias integradas de desenvolvimento urbano. A Lei Cidade Limpa, por exemplo, foi uma tentativa de coordenar estas visões, mas mostrou-se ineficaz em consolidar um planejamento consistente devido à sua fragilidade quando confrontada com interesses políticos divergentes.

Perfil Brasil
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade