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Sauditas negam culpa em invasão de celular de Jeff Bezos

22 jan 2020 - 10h05
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Embaixada da Arábia Saudita nos EUA diz ser "absurda" a acusação de envolvimento do país em suposto hackeamento. Jornal afirma que aparelho do bilionário foi invadido por meio de mensagem do príncipe herdeiro saudita.A Embaixada da Arábia Saudita em Washington classificou como "absurdas" acusações de que o governo de Riad roubou informações do celular do multimilionário americano Jeff Bezos.

Um dos homens mais ricos do planeta, Jeff Bezos é dono da Amazon e do "Washington Post"
Um dos homens mais ricos do planeta, Jeff Bezos é dono da Amazon e do "Washington Post"
Foto: DW / Deutsche Welle

"Pedimos uma investigação sobre essas alegações para que possamos descobrir todos os fatos", escreveram os diplomatas nesta quarta-feira (22/01) no Twitter.

Fontes citadas numa reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal britânico The Guardian afirmam que o bilionário foi hackeado por meio de um vídeo enviado a ele no WhatsApp a partir de uma conta aparentemente usada pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman.

O príncipe e o empresário americano tinham um contato aparentemente amigável quando o vídeo foi enviado em maio de 2018, disseram as fontes. Eles acrescentaram que é "altamente provável" que o vídeo contenha um arquivo malicioso que se tornou ativo no celular de Bezos. Grandes quantidades de dados foram, então, retiradas do dispositivo, de acordo com a reportagem.

Duas altas autoridades da ONU devem apresentar um relatório sobre o assunto nesta quarta-feira. Segundo informações obtidas pela agência de notícias Reuters, os representantes das Nações Unidas devem afirmar que há evidências suficientes para sugerir que Riad esteja por trás do hackeamento e recomendar que a Arábia Saudita e os EUA investiguem o caso.

A relatora especial da ONU para execuções extrajudiciais, Agnès Callamard, e o relator especial para liberdade de expressão, David Kaye, estão trabalhando em um relatório mais amplo que seria compartilhado com a ONU em junho, acrescentou a mesma fonte.

Bezos é o proprietário da gigante de compras online Amazon e do prestigiado diário americano The Washington Post, que empregou o jornalista Jamal Khashoggi, dissidente saudita que escrevia colunas críticas a Mohammed bin Salman. Ele foi brutalmente assassinado após ser alvo de uma emboscada realizada por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, em outubro de 2018.

Em janeiro de 2019, Bezos e sua então esposa, MacKenzie, anunciaram que estavam se divorciando. Poucas horas após o anúncio, o jornal National Enquirer divulgou uma reportagem sobre um caso extraconjugal de Bezos e depois publicou mensagens de texto privadas entre ele e a ex-apresentadora de TV Lauren Sanchez. O jornal também afirmou ter acesso a "selfies lascivas" enviadas por Bezos.

Em fevereiro, Bezos acusou os responsáveis pelo National Enquirer de tentar extorqui-lo. Ele afirmou que a American Media, editora do periódico, ameaçou publicar fotos nuas dele e pediu dinheiro para não divulgar as imagens.

Enquanto a editora alega que suas informações vieram do irmão da parceira extraconjugal de Bezos, os investigadores contratados por Bezos disseram ser altamente provável que os sauditas "obtiveram informações privadas" sobre o empresário.

Bezos, que é um dos homens mais ricos do mundo, pagou à ex-esposa 38 bilhões de dólares em ações da Amazon como parte do acordo de divórcio acertado em junho, o maior acordo do tipo da história.

MD/rtr/afp

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