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"Se Flávio errou, terá de pagar e eu lamento", diz Bolsonaro

Em Davos, presidente diz que filho, senador eleito pelo PSL-RJ, terá de pagar por eventuais ações que seriam 'inaceitáveis'

23 jan 2019 - 09h58
(atualizado às 10h50)
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O presidente Jair Bolsonaro diz que lamentará, como pai, se as suspeitas sobre o filho Flávio Bolsonaro forem confirmadas. Ele disse que, caso isso aconteça, o senador eleito pelo PSL-RJ deve ser punido e chamou as acusações de "ações inaceitáveis".

"Se por acaso Flávio errou e isso ficar provado, eu lamento como pai. Se Flávio errou, ele terá de pagar preço por essas ações que não podemos aceitar", disse o presidente à "Bloomberg" em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.

Os desdobramentos de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as movimentações financeiras atípicas do ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, e de outros assessores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), continuam ganhando novos capítulos. Agora ele será investigado pela Receita Federal.

Senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro
27/11/2018
REUTERS/Adriano Machado
Senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro 27/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

O relatório do Coaf mostrou que Flávio recebeu em sua conta depósitos fracionados no valor de R$ 2 mil cada no total de R$ 96 mil, além do pagamento de título da Caixa de R$ 1 milhão. Os dois casos estariam relacionados à compra de imóveis. Flávio disse em entrevista que recebeu R$ 96 mil em dinheiro vivo. A Receita tem como investigar se essa explicação é coerente com os fatos cruzando os dados dele e do vendedor.

Com relação a Queiroz, o Coaf identificou movimentações suspeitas numa conta que movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Além disso, as informações do Coaf revelam que ele recebeu pagamento em sua conta de ao menos oito funcionários do gabinete de Flávio.

Previdência

Na entrevista em Davos, Jair Bolsonaro também falou sobre a proposta da Previdência que o governo vai enviar ao Congresso. Segundo ele, o projeto trará cortes "substanciais" nos gastos. Ele se comprometeu ainda em propor uma idade mínima.

Bolsonaro disse também que os planos para vender um "grande número de empresas estatais" estão quase prontos.

"Há uma consciência no Brasil de que as reformas são vitais", disse ele. "O Brasil tem de dar certo. Se não, a esquerda vai voltar e não saberemos o destino do Brasil, talvez se torne mais parecido com o regime que temos na Venezuela."

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