Secretário de Educação de SP é investigado por conflito de interesses em contrato de notebooks
Renato Feder, que trocou livros didáticos por slides, é um dos proprietários da Multilaser, que mantém contratos de R$ 200 milhões com a secretaria da Educação para venda de 97 mil notebooks para a rede pública estadual
A Procuradoria-Geral de Justiça apura suspeita de conflito de interesse entre o secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, e a pasta que ele comanda. Feder é sócio de uma offshore dona de 28,16% das ações da Multilaser, empresa que mantém contratos de R$ 200 milhões com a sua pasta, o que motivou a investigação.
Ao todo são três contratos para o fornecimento de 97 mil notebooks para a rede pública estadual. A investigação foi aberta em março pela Promotoria da Cidadania pelo promotor André Pascoal. O caso foi repassado ao procurador-geral
de Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, a quem compete processar autoridades com foro privilegiado como secretários de Estado.
Conforme mostrou o Estadão, Feder está no centro de uma polêmica por descartar o uso de livros didáticos pelas escolas públicas de São Paulo. Ele abriu mão de 10 milhões de exemplares para os alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) no ano que vem para usar apenas material digital.
O ensino médio também deixará de ter livros impressos. "A aula é uma grande TV, que passa os slides em Power Point, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios", justificou.