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Secretário do governo Lula vê indireta ao STF em fala de Zuckerberg

7 jan 2025 - 15h29
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Em resposta ao anúncio da Meta sobre sua moderação de conteúdo, o secretário de Políticas Digitais do Brasil, João Brant, demonstrou apreensão sobre um possível retrocesso na proteção de direitos individuais e coletivos online. Ele interpretou declarações de Zuckerberg como críticas veladas ao Supremo Tribunal Federal, que teve discussões judiciais em 2024 com o X, comprado por Elon Musk.

Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação do governo Lula acredita que nova postura da Meta irá permitir "ativismo da extrema
Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação do governo Lula acredita que nova postura da Meta irá permitir "ativismo da extrema
Foto: direita" - depositphotos.com / askarimullin / Perfil Brasil

A empresa, que controla o Facebook e o Instagram, anunciou alterações significativas em sua política de moderação de conteúdo. Em uma publicação feita nesta terça-feira (7), Mark Zuckerberg, CEO da Meta, comunicou que a empresa vai substituir o atual sistema de checagem de fatos por um novo modelo, chamado Notas da Comunidade, semelhante à abordagem adotada pela X, anteriormente conhecida como Twitter.

O que disse o secretário?

No Instagram, Brant escreveu que a decisão da empresa "antecipa o início do governo [de Donald] Trump e explicita aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online".

Além disso, o secretário citou a indireta à atuação do STF. "É uma declaração fortíssima, que se refere ao STF como 'corte secreta', ataca os checadores de fatos (dizendo que eles 'mais destruíram do que construíram confiança') e questiona o viés da própria equipe de 'trust and safety' da Meta - o que 'justifica' uma manobra para fugir da lei da Califórnia e levar a equipe para o Texas", afirma.

Reação de outras autoridades

Assim como o secretário, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comentou sobre a nova postura da Meta, lembrando da disseminação de conteúdos falsos nas eleições anteriores. "Nos preocupa, nós vimos o que aconteceu em 2018 e em 2022. Estamos em um mundo mais complicado. Temos que cuidar da nossa democracia, da integridade das pessoas, das instituições e das informações", disse em entrevista à Globonews.

Quais são as implicações das novas diretrizes da Meta?

A decisão da Meta de eliminar os verificadores de fatos vai impactar a identificação e remoção de conteúdos problemáticos nas plataformas. Enquanto argumenta-se que isso pode reduzir a remoção acidental de postagens de usuários inocentes, há preocupações quanto à diminuição da precisão na checagem de informações. Joel Kaplan, vice-presidente de assuntos globais da empresa, defendeu que a mudança visa permitir uma expressão mais livre, embora focando na remoção de conteúdos considerados ilegais ou de alta severidade.

Por que a aliança com o governo dos EUA causa preocupação?

Outra questão relevante é o suposto alinhamento da Meta com o governo de Donald Trump. Mark Zuckerberg expressou entusiasmo que poderá trabalhar em conjunto com o próximo governo norte-americano para enfrentar restrições impostas por outras nações, principalmente aquelas que, segundo ele, buscam censurar empresas americanas. Essa posição tem levantado preocupações, principalmente em países da União Europeia e da América Latina, que possuem regulamentações mais rígidas sobre conteúdo nas redes sociais.

Perfil Brasil
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