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Sergio Moro admite negociação para aliança com 3 partidos

Além da sigla, ex-juiz negocia parceria com Cidadania e Novo, dois partidos que têm pré-candidatos lançados à disputa presidencial

19 jan 2022 - 14h35
(atualizado às 14h48)
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O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) afirmou nesta quarta-feira, 19, que a legenda tem conversado com outros partidos para compor uma aliança na corrida eleitoral. Segundo ele, a ideia é promover a "construção conjunta" de um projeto para o País para as eleições de 2022. Moro citou União Brasil, Cidadania e Novo.

"Se um partido puder vir (para formar uma aliança), ótimo. Caso contrário, se tivermos apoio de outros partidos (em um eventual governo), como tem acontecido com (integrantes do) Novo, Cidadania e União Brasil, teremos condições de construir um projeto em conjunto", disse Moro, em entrevista à rádio Jovem Pan Maringá.

Ex-ministro da Justiça Sérgio Moro se filiou ao Podemos no dia 10 de novembro de 2021, em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Ex-ministro da Justiça Sérgio Moro se filiou ao Podemos no dia 10 de novembro de 2021, em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Foto: Robert Alves/ Monumental Foto/ Reprodução Podemos / Estadão

Segundo ele, a ideia é que esses acordos ajudem a compor a base governista caso seja eleito. "Acho que isso [conversas com outros partidos] é fundamental. Precisamos pensar também adiante em um País que precisa ter alianças dentro do Congresso, alianças baseadas em projetos, princípios e valores que temos que realizar", afirmou.

Ao contrário do União Brasil, Novo e Cidadania já têm pré-candidatos lançados à disputa presidencial, respectivamente Felipe d´Ávila e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Numa iniciativa em defesa do ex-juiz, aliás, protocolou representação contra o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), e o subprocurador-geral junto à Corte, Lucas Furtado, por suposto abuso de autoridade contra Moro. O tribunal investiga o rompimento de contrato do ex-juiz com a consultoria americana Alvarez & Marsal.

Filiação

Também nesta manhã, em outra entrevista, desta vez concedida à Rádio Difusora de Nortelândia-MT, Moro foi questionado sobre sua possível migração para o União Brasil, que nasce da fusão entre DEM e PSL já em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral. "Não tem nada concreto. Estou no Podemos", declarou. O tema veio à tona após reportagem do jornal O Globo divulgar que o partido presidido pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP) poderia abrigar o ex-juiz em troca de lançar a dirigente como vice.

Segundo pesquisa Ipespe divulgada na última sexta-feira, 14, Moro segue em terceiro lugar na disputa, com 9% das intenções de votos. Na liderança, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 44%, seguido de Jair Bolsonaro (PL) com 24%.

Desde que divulgou sua pré-candidatura, Moro tenta ocupar o espaço da chamada terceira via, rompendo a polarização entre Lula e Bolsonaro. Sua candidatura como terceira via tem atraído a atenção de um grupo muito próximo de Jair Bolsonaro: os militares. Para esse grupo, o ex-juiz é de quase uma unanimidade por ter colocado Lula atrás das grades e por simbolizar as ideias do salvacionismo da República e do combate à corrupção, assuntos que acompanham a maioria das manifestações políticas dos militares desde a criação da República.

Mudanças no Podemos

Nesta terça-feira, 18, o agora ex-presidente do Podemos do Paraná, Cesar Silvestri Filho, abandonou o posto de dirigente máximo da legenda no Estado para se filiar ao PSDB. A mudança ocorre com a promessa de que ele seja o pré-candidato tucano ao governo paranaense em outubro, garantindo palanque no Estado para o pré-candidato do PSDB ao Planalto, João Doria.

Para Moro, a saída de Silvestri não significa um possível enfraquecimento do Podemos. "Lamentável a saída dele, mas acho que temos de respeitar. Essas construções de liderança dentro dos partidos são normais. O Podemos está forte. Não é esse fato de ontem que gera o enfraquecimento do partido", disse em entrevista à Rádio Difusora.

Estadão
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