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"Sicupira é suspeito em fraude da Americanas", segundo ex-sócio

Para o empresário Luiz Cezar Fernandes a troca no comando da varejista foi tentativa de 'corrigir o rumo'

9 jul 2023 - 12h12
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O empresário Luiz Cezar Fernandes acredita que Carlos Alberto Sicupira seja suspeito na fraude contábil bilionária realizada por diretores da Americanas. Para Fernandes, Sucupira era o empresário mais participativo no cotidiano da companhia.

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil / Perfil Brasil

"O 'Beto' era onipresente. Se você perguntasse a um faxineiro porque ele estava fazendo isso em vez de aquilo, o faxineiro responderia: 'Foi o Seu Beto que mandou'", disse o empresário ao site Veja.

Por conta disso, Fernandes acredita ser no mínimo, curioso, Sucupira não saber de absolutamente nada. Porém, em algum momento, Sicupira desconfiou da postura do corpo diretivo e decidiu optar pelo nome de Sergio Rial, alguém com reputação incontestável no mercado financeiro, para dar um choque na administração da empresa.

"Eu não tenho dúvidas de que o Rial foi escolha do Beto. A diretoria tentou propor outro nome, mas o Beto passou na frente e trouxe o Rial", afirmou Cezar Fernandes.

Para ele, o maior erro de Rial foi tentar fazer uma negociação coletiva para o passivo da companhia. "Todo mundo se sentiu traído. Se ele tentasse negociar caso a caso não teria feito essa fricção no mercado", disse Fernandes.

Em depoimento ao Senado, o atual CEO da varejista, Leonardo Coelho Pereira, admitiu a fraude envolvendo contratos fictícios de publicidade e dívidas com fornecedores da ordem de 21,7 bilhões de reais. A empresa acusou ex-diretores de perpetrar a 'engenharia' em seus balanços.

"É óbvio que os diretores fizeram uma engenharia boa para criar esses lucros artificiais, mas eu não entendo como isso escapou da gestão e do conselho. Não creio que o Jorge Paulo [Lemann] tinha noção do que estava acontecendo, mas o Beto, como membro do conselho, deve ter percebido", diz Fernandes.

Recomeçar

Para o empresário mesmo que seja difícil apagar a crise de reputação da empresa, a Americanas pode se reerguer se conseguir recuperar a confiança de seus fornecedores e enxugar o número de lojas.

"Tem de fazer o dever de casa. Se eles fizerem um processo rápido de enxugamento de lojas que não têm margem, fechando de 40% a 50% das lojas, é possível permanecer no mercado e ir tentando reconquistar a confiança ao longo do tempo. Vai demandar um esforço de transparência muito grande", diz ele.

Fernandes ainda destaca a empresa não tem margem para manter as unidades das Americanas instaladas em shopping centers pelo país.

"A margem da empresa não permite que ela tenha, por exemplo, muitas unidades em shoppings. A empresa vai ter que diminuir sensivelmente para aguentar o tranco", conclui Fernandes.

Perfil Brasil
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