Sindicalistas argentinos articulam protestos em resposta ao decreto de Milei
Hugo Cachorro Godoy, líder da Central de Trabalhadores da Argentina, citou ainda a possibilidade de realização de uma greve geral
O decreto anunciado nesta quarta-feira (20) por Javier Milei na Argentina não foi recebido pela população sem uma reação negativa. Em resposta, Hugo Cachorro Godoy, líder da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), declarou que os sindicalistas estão avaliando a possibilidade de organizar "mobilizações e greves em todo o país".
A CTA e a CGT (Confederação Geral do Trabalho), centrais sindicais argentinas, tiveram uma reunião com parlamentares da aliança peronista União pela Pátria, no Congresso. O líder da CTA afirmou que cada dirigente fará reuniões com os grupos sindicais para deliberar sobre medidas em resposta ao Decreto de Necessidade e Urgência assinado por Milei.
"O decreto, se aplicado, seria uma bomba de nêutrons que explode, inclusive, o próprio Congresso", declarou Godoy. Ele citou ainda a possibilidade de realização de uma greve geral. Ainda, de acordo com Héctor Daer, dirigente da CGT, há um clima propício no país para uma paralisação geral.
🚨 Ahora Multitudinaria marcha y #CACEROLAZO en Rosario contra el decretazo del dictador Milei pic.twitter.com/RMCcc3Q6pr
— Mariana Campos (@camposmar88) December 21, 2023
O decreto de Milei
O decreto de Milei determina em torno de 300 reformas a respeito da economia. As medidas incluem o fim da lei de alugueis, a eliminação de regulamentações para o comércio e o fornecimento, a revogação da legislação que restringe a aquisição de terras por estrangeiros e o fim da proibição de privatizações de empresas estatais.
Ele também introduz alterações nas leis trabalhistas e nas regulamentações dos planos de saúde, além de realizar a transformação de empresas públicas e sociedades anônimas, visando sua privatização. De acordo com os principais especialistas em legislação do país, essa iniciativa representa uma incursão nas atribuições do Legislativo e é considerada inconstitucional.
* sob supervisão de Lilian Coelho