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Sintomas de depressão na juventude podem afetar a memória, diz estudo

A pesquisa analisou 3 mil voluntários durante duas décadas e revelou uma relação da doença com menor capacidade cognitiva

27 jun 2024 - 21h54
(atualizado às 23h37)
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Uma pesquisa, divulgada na revista oficial da Academia Americana de Neurologia, revelou uma relação de sintomas depressivos durante a juventude e impacto na capacidade cognitiva. Mais de 3 mil indivíduos foram monitorados pelos cientistas durante duas décadas, proporcionando um entendimento sobre o desenvolvimento de demência associados à depressão por muitos anos.

Sintomas de depressão quando mais jovem podem aumentar incidência de problemas de memória
Sintomas de depressão quando mais jovem podem aumentar incidência de problemas de memória
Foto: Canva / Perfil Brasil

O participantes foram divididos em quatro grupos, com base na intensidade e persistência de seus sintomas depressivos ao longo do tempo - variando de baixos a crescentemente altos. Os sintomas incluíram mudanças no sono e apetite, dificuldades de concentração e sentimentos persistentes de tristeza ou inutilidade.

Ao final do estudo, os participantes, que começaram a pesquisa com aproximadamente 30 anos e terminaram com cerca de 55 anos, foram submetidos a testes de memória. Os resultados das análises mostraram que aqueles com maior carga de sintomas depressivos exibiram um declínio de memória significativamente maior, com pontuações 28% inferiores às de indivíduos com sintomas mínimos.

Os cientistas concluíram, basicamente, que os sintomas depressivos prolongados podem afetar a capacidade cognitiva das pessoas, deixando os pacientes mais suscetíveis a casos de perda de memória, como a demência.

Impacto da depressão é desproporcional em comunidades negras

Durante a pesquisa, foi revelada a maior vulnerabilidade de pessoas negras aos efeitos negativos da depressão, o que afeta com mais intensidade a memória. Dos participantes avaliados, 47% eram negros, e entre aqueles com altos níveis de sintomas depressivos, o número cresce para 70%. Eles também foram os participantes que apresentaram o pior resultado nos testes de memórias.

Os resultados destacam a importância de considerar fatores socioeconômicos, como habitação, renda e acesso a tratamento médico adequado, ao desenvolver estratégias para prevenir a demência. "As desigualdades raciais devem ser tidas em conta ao conceber intervenções para reduzir o risco de demência de uma pessoa", afirmou Leslie Grasset, autora do estudo e PhD da Universidade de Bordeaux, na França.

Outros estudos já haviam estudado a relação da depressão e a perda de memória, mas nunca por um período tão longo. Veja:

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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