Soldado norte-americano é condenado por ajudar o Estado Islâmico
O jovem, de 24 anos, que foi detido em 2021, confessou suas intenções no tribunal e teve sua sentença proferida
Em um caso surpreendente envolvendo a segurança nacional dos Estados Unidos, Cole Bridges, ex-soldado das Forças Armadas dos EUA, foi condenado por tentar fornecer apoio material ao Estado Islâmico (EI) e planejar ataques contra os próprios militares estadunidenses. O jovem, de 24 anos, que foi detido em 2021, confessou suas intenções no tribunal e teve sua sentença proferida em junho de 2023.
Bridges ingressou no Exército dos EUA em setembro de 2019 como batedor de cavalaria baseado em Fort Stewart, Geórgia. Pouco antes disso, o soldado já manifestava interesse por ideologias extremistas e consumia propagandas jihadistas online. Essa radicalização inicial lhe fez expressar apoio ao EI e à jihad em suas redes sociais, antecipando problemas que viriam a surgir.
Em outubro de 2020, Bridges começou a se corresponder com um funcionário disfarçado do FBI, que fingia ser um simpatizante do EI em contato com combatentes no Oriente Médio. Durante essa troca de mensagens, o soldado compartilhou documentos sigilosos e informações detalhadas sobre movimentações e logísticas das tropas americanas, na esperança de ajudar o grupo terrorista a planejar ataques eficazes contra militares dos EUA.
Today, Pfc. Cole Bridges was sentenced to 14 years in prison for attempting to provide material support to a designated foreign terrorist organization, and attempting to murder U.S. military service members, based on his efforts to assist ISIS to attack and kill U.S. soldiers. pic.twitter.com/2yQXQt8REv
— Army Counterintelligence Command (ACIC) (@Real_ArmyCI) October 11, 2024
Apoio ao Estado Islâmico
O envolvimento de Bridges foi além da simples troca de informações logísticas. Ele compartilhou trechos de manuais de treinamento do Exército e orientações sobre táticas de combate, com a expectativa de que o EI usasse esses dados em ataques futuros. O soldado ofereceu ainda treinamento militar remoto aos supostos combatentes e diagramou estratégias de ataque para maximizar a letalidade de ações contra tropas americanas.
Em momentos críticos de sua correspondência com o suposto contato do EI, Bridges produziu vídeos que corroboraram seu comprometimento com a causa terrorista. Em janeiro de 2021, ele foi gravado vestindo sua armadura do Exército americano, fazendo um gesto simbólico de apoio ao EI diante de sua bandeira. Pouco tempo depois, ele narrou um discurso de propaganda utilizando um manipulador de voz, que incitava um ataque do EI contra as forças dos EUA.
A complexa investigação contou com o apoio das divisões do FBI em Washington, Atlanta e Cleveland, além do Auxílio do Contrainteligência do Exército dos EUA e outras instituições. Bridges foi responsabilizado por suas ações ao se declarar culpado em 2023, culminando em sua sentença de prisão e um período subsequente de liberdade supervisionada.