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SP: idosa é resgatada de trabalho análogo à escravidão após 50 anos

Uma família de Santos, no litoral paulista, mantinha Yolanda de 89 anos sem salário, sem folga e sob abusos físicos e verbais

24 abr 2022 - 23h28
(atualizado às 23h42)
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Yolanda tem 89 anos e foi submetida a trabalho análogo à escravidão por 50 anos
Yolanda tem 89 anos e foi submetida a trabalho análogo à escravidão por 50 anos
Foto: Reprodução/TV Globo

Yolanda tem 89 anos e foi submetida a trabalho análogo à escravidão por 50 anos. Ela trabalhava para uma família de Santos, no litoral de São Paulo, em troca de comida. Não tinha salário, nem folgas, e ainda era submetida a abusos físicos e verbais, como apontou uma reportagem do Fantástico, da TV Globo.

A libertação ocorreu em 2020, quando a vizinha Zilmara de Souza Dantas começou a trabalhar de home-office por causa da pandemia, notou comportamentos estranhos, gravou gritos e xingamentos, e formalizou a denúncia.

"De imediato, deu para perceber que era uma pessoa muito mal tratada. Não tinha carteira de trabalho registrada. Estava ali em troca de um prato de comida e da moradia. Contradizendo a versão da patroa de que ali ela era considerada da família", disse Leyner Anache Gomes dos Santos, da Delegacia do Idoso.

Segundo Santos, Yolanda foi parar na casa de Nirce após ela, o marido, e as duas filhas serem despejadas na década de 1970. "Ela costumada sair vagando para pedir alimentos e dinheiro nas casas, quando conseguiu o convite para ser empregada doméstica. E ali ela ficou por 50 anos sem contato nenhum com a família."

Mas, após a ajuda de Dantas, Yolanda pode reencontrar a neta, que achava que a avó estava morta. "Só conseguia lembrar da minha mãe. Porque até o último dia da vida dela, ela acreditava que a mãe dela estava viva. Só que ela não teve a oportunidade de poder reencontrá-la", contou Viviane ao Fantástico.

Agora, o Ministério Público do Trabalho pede que a Justiça reconheça que a vítima foi submetida à situação de trabalho análogo à escravidão. Também pede uma indenização no valor de R$ 1 milhão por danos morais coletivos.

A defesa de Yolanda também entrou com uma ação trabalhista. Até que saia a decisão, a Justiça determinou o pagamento de uma pensão para ela.

Ao Fantástico, a família empregadora informou que o processo está sob sigilo e não se manifestou.

Fonte: Redação Terra
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