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SP tem 538 casos de varíola dos macacos; veja cidades com confirmação

Capital registra maior parte dos casos (442), mas a doença já chegou a outros 32 municípios

23 jul 2022 - 22h11
(atualizado às 22h33)
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Mulher com lesões provocadas pela varíola dos macacos
Mulher com lesões provocadas pela varíola dos macacos
Foto: Reuters

São Paulo tem 538 casos confirmados de varíola dos macacos, conforme informou a secretaria estadual da Saúde ao Estadão, neste sábado, 23. A capital concentra a maior parte deles (442), mas a doença já chegou a outras 32 cidades. A primeira infecção foi registrada no Estado em 9 de junho. 

A pasta da Saúde, em nota, destacou que todos os pacientes estão "com boa evolução do quadro" e são acompanhados pelas vigilâncias epidemiológicas municipais. A secretaria também frisou que, atualmente, surto não tem a participação de macacos. "A transmissão ocorre entre pessoas." O governo estadual avalia compra e produção de vacinas para conter avanço da doença.

O País registrou 696 casos e investiga outros 336 suspeitos, segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados na sexta-feira, 22. No mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de 16 mil casos.

Neste sábado, a organização reconheceu que o avanço da varíola dos macacos configura uma emergência de saúde pública de importância internacional. O alerta significa que o surto é um "evento extraordinário" que apresenta risco através da propagação internacional e requer resposta global coordenada. A declaração de emergência serve, principalmente, como um apelo para atrair mais recursos e atenção para a doença.

Conforme explicou o Estadão, um dos principais empecilhos para dimensionar o alcance da monkeypox tem sido a variedade de manifestações da doença e a subnotificação. Com o período de incubação do vírus podendo variar de 5 a 21 dias, os primeiros sintomas geralmente incluem febre, dor de garganta, de cabeça e no corpo (que em alguns casos leva a uma primeira suspeita de infecção por algum vírus respiratório), além de inchaço dos gânglios. Alguns dias depois, surgem as lesões na pele, com pequenas erupções que podem se espalhar pelos dedos, mãos, braços, pescoço, costas, peito e pernas.

Por ora, homens que fazem sexo com homens (HSH), segundo a OMS, representam a maior parte (98%) dos casos. Isso, porém, não significa que outras pessoas não possam se infectar.

Frente a esse cenário, o governo estadual avalia a possibilidade da compra e produção de vacinas para controlar a disseminação da varíola causada pelo vírus monkeypox. O Ministério da Saúde articula com a OMS a compra de imunizantes.

Na última sexta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos declarou que vai usar a vacina da varíola para imunizar as pessoas contra a varíola dos macacos. A decisão de usar o fármaco foi justificada pela semelhança entre os vírus.

Confira lista de cidades com casos confirmados

  • Bady Bassit: 1
  • Barueri: 3
  • Cajamar: 3
  • Campinas: 6
  • Carapicuíba: 2
  • Cotia: 3
  • Diadema: 5
  • Embu das Artes: 3
  • Franco da Rocha: 1
  • Guarulhos: 8
  • Indaiatuba: 2
  • Itanhaém: 1
  • Itapecerica da Serra: 3
  • Itapevi: 9
  • Itaquaquecetuba: 2
  • Itarare: 1
  • Jacarei: 1
  • Jundiaí: 1
  • Mogi das Cruzes: 1
  • Osasco: 5
  • Praia Grande: 1
  • Ribeirão Preto: 3
  • Santa Bárbara D'Oeste: 1
  • Santo André: 7
  • São Bernardo do Campo: 11
  • São Caetano do Sul: 3
  • São Carlos: 1
  • São José dos Campos: 2
  • São Paulo: 442
  • Sertãozinho: 2
  • Suzano: 1
  • Taboão da Serra: 2
  • Vinhedo: 1

Surgimento dos casos

O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.

Transmissão

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.

O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.

Sintomas

Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias. Muitos casos não tem apresentações clínicas (assintomático).

Prevenção

De acordo com o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.

Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas./COLABOROU JOÃO KER

Estadão
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