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Suicídios entre indígenas aumentaram, diz levantamento

Segundo Lucia Helena Rangel, coordenadora do relatório do Cimi, à Folha de São Paulo, o aumento da violência contra esses povos a falta de assistência médica são fatores determinantes

1 out 2024 - 06h28
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O número de suicídios entre indígenas no Brasil aumentou consideravelmente de 2022 para 2023. Uma triste realidade que visibiliza a crescente vulnerabilidade dessa população. No último ano, foram registrados 180 casos, contra 115 no ano anterior, conforme levantamento do Conselho Missionário Indigenista (Cimi).

Povos indígenas no estado da Bahia
Povos indígenas no estado da Bahia
Foto: depositphotos.com / joasouza / Perfil Brasil

A maior parte dos suicídios ocorreu entre homens de 20 a 59 anos, mas a tragédia também atingiu jovens de até 19 anos, com 59 casos registrados. Essas estatísticas, coletadas a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), refletem uma grave crise social e de saúde.

Segundo Lucia Helena Rangel, coordenadora do relatório do Cimi, à Folha de São Paulo, o aumento da violência contra os povos indígenas e a falta de assistência médica são fatores determinantes. "Quando a gente faz a relação entre o aumento da violência, dos suicídios e da mortalidade, percebe que existe uma desassistência. A comunidade está abandonada", afirma a antropóloga e pesquisadora da PUC-SP.

Alta de suicídios entre indígenas reflete carência na assistência básica de saúde. Casos aumentam 56% em um ano; Brasil tem 117 psicólogos para atender mais de 800 mil aldeados (Folha)

— Blog do Noblat (@blogdonoblat.bsky.social) September 30, 2024 at 10:54 AM

Onde os casos são mais frequentes de suicídios entre indígenas?

O estado do Amazonas liderou o número de suicídios, com 66 registros, seguido por Mato Grosso do Sul com 37 e Roraima com 19 casos. Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz, explica à Folha de São Paulo que além de questões de saúde mental, fatores socioeconômicos e conflitos territoriais também contribuem para essa situação.

A Sesai, responsável pela Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, conta com apenas 117 psicólogos para 801,8 mil pessoas em 6.800 aldeias. O número ínfimo de profissionais em relação à necessidade contribui para a alta taxa de suicídios. "A grande maioria dos suicidas enfrentava alguma dificuldade do ponto de vista da saúde mental e tinha algum transtorno que não foi identificado ou foi mal gerido pelo serviço de saúde", afirma Orellana.

A história de Eliana Karajá, líder indígena, destaca a importância do apoio psicológico. Ela quase sucumbiu ao mesmo destino de muitos de seus pares, mas conseguiu superar graças ao apoio de um psicólogo que a atendeu online. Este relato enfatiza a necessidade de maior presença de profissionais de saúde mental nas comunidades indígenas.

O Ministério da Saúde informou que ampliou o orçamento da Atenção Psicossocial e implementou ações específicas nas terras indígenas. Isso inclui vigilância psicossocial, formação de equipes compostas por indígenas e promoção do "Bem Viver" para jovens. Desde 2023, o número de psicólogos especializados em terras indígenas aumentou de 34 para 117, conforme a nota do ministério.

Perfil Brasil
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