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Técnica em enfermagem afirma que ficou com bumbum necrosado e cicatrizes após cirurgia

Joana Montel registrou boletim de ocorrência contra a médica Lorena Duarte Rosique, devido à infecção que teve após os procedimentos

7 jan 2023 - 05h00
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Técnica em enfermagem afirma que ficou com bumbum necrosado e cicatrizes após cirurgia
Técnica em enfermagem afirma que ficou com bumbum necrosado e cicatrizes após cirurgia
Foto: Arquivo Pessoal/Joana Montel

A técnica em enfermagem Joana Montel, de 30 anos, registrou boletim de ocorrência por lesão corporal contra a médica Lorena Duarte Rosique, após relatar que ficou com parte do bumbum necrosado e com várias cicatrizes no corpo depois de fazer cirurgias plásticas com a profissional, em Goiânia.  

Em entrevista ao Terra, a confeiteira Marcelle Montel - sobrinha de Joana - afirmou que a familiar fez um procedimento estético no bumbum em dezembro de 2022, que evoluiu para uma infecção. Segundo Marcelle, a tia começou a fazer cirurgias plásticas com essa médica em 2021. Porém, nenhuma das plásticas foi bem sucedida, assim como as cirurgias reparadoras, chamadas de refinamento.

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) informou ao Terra que já interditou o registro de médica (CRM) de Lorena Duarte, em fevereiro do ano passado, após outras denúncias de pacientes que também relataram terem tido cirurgias mal-sucedidas. Porém, o registro foi reativado um mês depois pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). 

"Em 20 de maio de 2021, a Joana fez o primeiro procedimento com a médica. Ela fez uma lipoescultura, uma abdominoplastia e colocou próteses no seio. Nessa lipoescultura, tem a modelagem do bumbum", explica Marcelle. 

Segundo a sobrinha da técnica em enfermagem, a tia ficou com algumas necroses. Além disso, conforme relata, a prótese nos seios não ficou na posição correta. "A médica disse para ela que aquilo com seis meses acabaria, que era normal ter isso durante a recuperação, e ela acreditou, por não entender o assunto", diz a confeiteira. 

Marcelle afirma que, de início, Joana fez vídeos comemorando os procedimentos e relatando que estava feliz. Após seis meses, a médica teria sugerido que a paciente fizesse o refinamento e a lipoaspiração das pernas. "Ela falou que faria novamente o seio e tiraria a cicatriz da barriga dela". Esse segundo procedimento foi realizado em junho de 2022.

"Só que ficou muito pior que a primeira. Ela perdeu parte da auréola dos dois seios, criou necrose maior na cicatriz da abdominoplastia. Ele lipou a coxa dela, só que abaixo do bumbum criou bolsas, parecidas com aquelas de queimadura. Porém, mais uma vez a médica disse que em seis meses ela tiraria isso e que minha tia desincharia e ficaria bem", conta a confeiteira. 

Segundo Marcelle, a tia voltou então para fazer as reparações e um novo procedimento, em dezembro de 2022. "O bumbum dela, da primeira cirurgia, ficou com alguns buraquinhos, e ela, que é super vaidosa, queria tirar. Quando a Joana chegou, me mostrou o resultado, e eu falei para ela que não havia tido diferença. Só que ela estava sentindo muita dor nos glúteos", relembra. 

Segundo a sobrinha de Joana, no dia seguinte, a tia sentiu dor ainda mais intensa, mas a médica receitou alguns remédios. Porém, mesmo tomando os medicamentos, ela não melhorou e percebeu vermelhidão no local, além de "bolinhas e rugas" no corpo. "Ela falou para a Dra. Lorena que estava com dor, que estava apresentando vermelhidão, e a Lorena falou que era normal. Ainda disse que ela não precisava ir ao médico, que era só tomar os antibióticos que ela iria passar".

No dia 24 de dezembro, a técnica em enfermagem teve febre, náuseas e vômitos. Um dia depois, no Natal, precisou ser levada ao pronto-socorro. "Quando chegamos lá, a médica que atendeu minha tia falou que ela estava com bactéria e que precisaria ser avaliada por um cirurgião. Ela então foi internada e transferida ao hospital de emergência, onde foi operada às pressas para retirada da bactéria".

Joana ficou internada por cinco dias e, agora, está em tratamento em casa, onde a família precisa trocar o curativo no abcesso pelo menos uma vez por dia. "Ela só pode ficar deitada de bruços. Teve que paralisar a vida dela e tem que tomar cuidado para não pegar outra bactéria. E a Joana é uma pessoa feliz, ativa, super vaidosa, que quase não está falando devido à tristeza que está sentindo. Esperamos justiça, que essa médica seja punida por todas as pessoas que ela prejudicou e que ela perca o CRM dela", afirmou a sobrinha. 

O Terra entrou em contato com o advogado de Lorena Rosique, Octavio Augusto Orzari, mas não obteve retorno. 

O que diz o Cremego

Confira abaixo, a nota na íntegra enviada ao Terra pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás:

"Em 17 de fevereiro de 2022, Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) interditou cautelarmente a cirurgiã geral e cirurgiã plástica Lorena Duarte Rosique (CRM/GO 15.293), após tomar conhecimento de denúncias de pacientes contra a médica.

A interdição cautelar é um procedimento administrativo adotado pelos Conselhos Regionais de Medicina para restringir o exercício da profissão por médicos cuja   ação   ou   omissão, decorrentes de sua profissão, esteja prejudicando gravemente a população, ou na iminência de fazê-lo.

No mesmo período, o Cremego iniciou os procedimentos para a apuração da conduta profissional da especialista. O processo está em tramitação e, cumprindo o artigo 1º do Código de Processo Ético-Profissional Médico, essa apuração tramita em sigilo.

A interdição cautelar tinha validade de seis meses e poderia ter sido prorrogada por mais seis ou revogada a qualquer momento pelo Cremego. Mas, em 25 de março de 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) revogou a interdição feita pelo Cremego e a médica pôde voltar a atuar.

No dia 4 de janeiro de 2023, o Cremego tomou conhecimento, pela imprensa, de nova denúncia contra a médica e vai apurar o caso."

Cirurgião explica cuidados a serem tomados

Josué Montedonio Nascimento, cirurgião plástico referência no litoral de São Paulo, explica que é muito importante que, antes de fazer qualquer procedimento, o paciente pesquise sobre o profissional. O médico destaca que a pessoa deve procurar saber todo o suporte que o cirurgião oferece, ler e ouvir opiniões de outros pacientes, além de procurar informações sobre o local que o profissional atende, CRM e se ele tem registro pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

"Muitos pacientes não procuram o profissional pela qualificação, e sim pelo preço, ou, às vezes, atraído por foto em rede social, propaganda em internet e acaba não se preocupando com a segurança e a saúde, por colocar em primeiro lugar valor ou que aquele profissional tem muitos seguidores", destaca o cirurgião plástico. 

Montedonio explica que todo procedimento cirúrgico deve ser feito em um centro cirúrgico, com anestesia, monitorização e todo suporte, infraestrutura e retaguarda necessários. "É preciso ver se o lugar é credenciado, se tem o material esterilizado de forma adequada e quais medicações vai usar", acrescenta. 

Segundo o cirurgião plástico, as dores após um procedimento podem ser por: trauma do tecido, processo inflamatório mais acentuado e até o início de um processo infeccioso. Nesse caso, o profissional deve observar se o paciente não está sentido febre, vermelhidão no local, ou um abcesso.

"Geralmente, um local que não tem uma assepsia e um preparo cirúrgico, a chance de ter uma infecção é grande. Os sinais iniciais de infecção geralmente são dor local com vermelhidão, calor no local e febre, que indicam que deve procurar o médico para entrar com medicações e tentar reverter o quadro. Agora, em uma cirurgia limpa, as chances de contaminação são as mínimas possíveis", explica. 

Fonte: Redação Terra
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