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Vírus HIV é erradicado do genoma de animais pela 1ª vez

Descoberta é considerada um passo importante em direção à cura

3 jul 2019 - 17h44
(atualizado às 17h55)
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Pela primeira vez na História, cientistas conseguiram eliminar o vírus HIV de animais vivos, feito que representa um importante passo em direção ao desenvolvimento de uma cura definitiva em humanos.

A pesquisa envolveu erradicar o vírus do genoma de ratinhos de laboratório por meio da técnica de edição genética CRISPR-Cas9 e, a próxima fase envolverá aplicar o mesmo método em primatas - para, depois, caso os resultados sejam positivos, avançar para ensaios clínicos com pessoas.

Foto: TecMundo

Progresso

Uma das dificuldades em se encontrar uma cura para a infecção do HIV é que o vírus se transforma conforme se prolifera pelo organismo, além de ser capaz de introduzir seu próprio material genético em nosso DNA, o que permite que ele continue se reproduzindo.

Por conta dessa característica "mutante" do HIV, a melhor arma da qual dispomos atualmente para o combate da infecção é o uso da terapia antirretroviral - que faz com que o vírus permaneça latente e não afete o sistema imunológico dos infectados. 

Esse tratamento, embora seja eficaz em evitar que o vírus se replique, não o elimina do organismo, não evita por completo que ele seja transmitido a outros humanos e deve ser seguido por toda a vida pelos infectados.

Já o novo método em desenvolvimento se baseia em remover fragmentos do DNA do vírus a partir de células infectadas e usar drogas antirretrovirais para erradicar o HIV por completo e de forma definitiva.

Foto: TecMundo

(Fonte: The Journal/Reprodução)

Na pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Nebraska e da Universidade Temple, ambas nos EUA, a equipe usou ratinhos modificados para apresentar uma bioquímica semelhante à de humanos, removeu grandes fragmentos do HIV a partir de células infectadas e empregou a CRISPR para rastrear os tecidos nos quais o vírus poderia estar "escondido" e destruí-lo.

Depois, o time usou drogas antirretrovirais que foram modificadas e administradas por meio de nanocristais capazes de viajar até tecidos nos quais o vírus poderia estar presente - mesmo que dormente - e liberar o medicamento de forma gradual ao longo de várias semanas.

O uso dessa terapia teve como objetivo permitir que a técnica de edição genética tivesse tempo de detectar os genes do vírus e dizimá-los, e foi a combinação dessas duas abordagens que garantiram o sucesso dos experimentos.

Pelo menos com os ratinhos "transgênicos", o índice de sucesso foi de 5 animais completamente curados dos 13 que passaram pelo tratamento.

Conforme mencionamos, a próxima fase da pesquisa envolverá experimentos com primatas - tanto para testar a segurança de se usar a edição genética, como a eficácia do novo método - e, se tudo correr bem, buscar aprovação para ensaios com humanos.

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