Script = https://s1.trrsf.com/update-1731943257/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Embaixada do Equador corta internet de Julian Assange

2 abr 2018 - 09h54
Compartilhar
Exibir comentários

Julian Assange teve seu acesso à internet cortado, no final da última semana, pela embaixada do Equador em Londres, onde está asilado desde 2012. A restrição veio depois de declarações públicas do delator, por meio do Twitter, contrariando um acordo feito entre ele e o governo equatoriano no fim do passado, sob o qual ele evitaria comentar assuntos externos de forma a evitar tensões internacionais entre os países.

Julian Assange
Julian Assange
Foto: Canaltech

O corte veio depois de Assange abordar dois temas bem específicos - e tensos - na rede social. Primeiro, ele criticou a prisão do ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, afirmando que a Alemanha possui, agora, seu primeiro encarcerado político; depois, criticou a decisão do governo da Grã-Bretanha de expulsar diplomatas russos do país após um caso de envenenamento que tirou a vida de um ex-espião do país juntamente com sua filha.

Apesar do primeiro caso já ter levantado sobrancelhas internacionais, foi o segundo que gerou a maior polêmica. Em sua fala, Assange criticava diretamente a primeira-ministra britânica Theresa May e afirmava que o ato de expulsão dos diplomatas é descuidado, pois ainda não existem provas do que aconteceu, além de fortalecer a narrativa russa de que existe uma conspiração contra o país.

Dois dias depois das postagens, feitas na segunda (26), o acesso do delator à internet teria sido cortado, mas a informação só veio a público bem mais tarde. Isso, porém, não impediu que fosse detonada uma onda de manifestações diante da embaixada equatoriana em Londres e petições online para que as comunicações de Assange fossem devolvidas.

Entretanto, até o momento em que esta reportagem é escrita, pelo menos de acordo com o que se sabe, ele continua sem internet. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Equador afirmou ter sido o responsável pelo corte, citando violações a um acordo feito de maneira voluntária entre Assange e o governo do Equador de que ele não interferiria em assuntos internacionais de outros Estados em troca de cidadania.

Com isso, a embaixada afirma que, ao receber os documentos, o delator se comprometeu a respeitar as leis do Equador e está submetido às mesmas normas e condutas aplicadas a qualquer outro cidadão do país. O ministério afirma estar tratando a questão com seriedade e espera a cooperação de Assange, mas não revelou quando, nem se, o acesso à internet de um dos principais contribuidores do WikiLeaks será devolvido.

Comentando a questão, o ministro das relações exteriores da Grã-Bretanha, Alan Duncan, foi bem mais duro. Ele demonstrou preocupação quanto ao longo asilo político de Assange na embaixada e o chamou de "um pequeno inseto miserável", que deveria se entregar às autoridades. O delator ainda tinha internet quando o comentário aconteceu e respondeu com ironia, afirmando ter estatura alta e preferir ser um inseto a uma cobra. Além disso, disse estar miserável mesmo, afinal, se encontra "preso sem provas por oito anos e em violação a duas ordens da ONU".

Assange pediu asilo político na embaixada do Equador em Londres no ano de 2012, após a corte suprema do Reino Unido ordenar sua extradição à Suécia para que ele pudesse responder a um processo por abuso sexual e estupro. O delator, entretanto, acredita que a acusação é uma farsa que o levaria diretamente aos Estados Unidos, onde ele responderia pelo vazamento de centenas de documentos e informações confidenciais do país por meio do WikiLeaks.

As investigações quanto aos crimes sexuais foram deixadas de lado pelas autoridades em maio do ano passado, o que incluiu até mesmo uma revogação da ordem de prisão de Assange. Entretanto, ele enfrenta outro processo relacionado à quebra de liberdade condicional ao pedir asilo e, justamente por isso, permanece na embaixada do Equador, em uma solução sem impasse que, agora, ganha novos contornos.

Canaltech Canaltech
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade