Metade dos brasileiros online têm acesso só com celular
O dado é da pesquisa TIC Domicílios 2017, divulgada nesta terça-feira pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
Metade dos brasileiros que usam a internet a acessam exclusivamente pelo celular. Esta é a primeira vez que o celular atinge essa marca na pesquisa TIC Domicílios 2017, divulgada nesta terça-feira, 24, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Depois de realizar entrevistas em mais de 23 mil casas brasileiras, o estudo concluiu que o acesso apenas pelo celular superou a forma de acesso que, até então, era predominante - a proporção de brasileiros conectados que combinam celular e computador para acessar a internet é hoje de 47%.
Ao todo, hoje há 58,7 milhões de brasileiros que usam a internet exclusivamente pelo celular. Esse número está atrelado à informação de que 19% dos domicílios conectados não possuem computador, ou seja, os usuários estão usando o celular para entrar na rede. Em 2014, essa proporção era de apenas 4%.
A pesquisa mostra que os usuários de classe D e E e os de áreas rurais são os que mais se encaixam no perfil de brasileiros conectados que usam a internet só pelo celular -- são 80% e 72%, respectivamente. Por outro lado, o uso do celular e do computador simultaneamente foi realizado por 88% dos usuários da classe A -- que têm mais opções de dispositivos para usar.
"Isto reflete uma realidade em que os cidadãos de baixa renda não possuem múltiplos dispositivos de acesso à internet, como acontece no caso das classes A e B", afirmou o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) em nota.
Acesso
O estudo também revela um aumento do acesso à Internet nas residências brasileiras. Em 2017, 61% das casas tinham acesso à internet, enquanto em 2016 apenas 54% eram conectadas.
Na avaliação socioeconômica, a pesquisa mostra que ainda existe desigualdade quando se fala sobre acesso à internet no Brasil. A internet está presente em 99% das casas de classe A, ao mesmo tempo em que está em somente 30% dos domicílios de classe D e E. Entretanto, há um leve avanço em comparação com o ano passado, quando apenas 23% das residências das classes baixas eram conectadas.