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Como o Twitter pode mudar sob o comando de Elon Musk

Ao longo dos últimos meses, Elon Musk deu pistas de como enxerga mudanças para a rede social, que vão de como funcionam os algoritmos à política de moderação dos conteúdos

25 abr 2022 - 16h33
(atualizado às 18h30)
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Foto: Forbes

O comportamento de Elon Musk pode ser complicado de compreender, o que torna difícil determinar o que exatamente ele fará após a compra do Twitter. Mas, nas últimas semanas e meses, a partir de declarações, entrevistas, documentos e, claro, em posts no Twitter, Musk deu algumas dicas sobre o que ele pode mudar no funcionamento da rede social.

Aqui estão as principais áreas que podem passar por mudança:

Liberdade de expressão

Musk frequentemente reclama que os moderadores de conteúdo do Twitter vão longe demais e fazem muitas intervenções na plataforma, que ele mesmo enxerga como a "praça da cidade" da internet. No documento regulatório em que ele anunciou oficialmente a tentativa de compra do Twitter, Musk escreveu: "Investi no Twitter porque acredito em seu potencial para ser a plataforma para a liberdade de expressão em todo o mundo, e acredito que a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia funcional".

Ele ainda disse que não confiava na atual liderança da empresa para realizar as mudanças necessárias para priorizar suas ideias sobre liberdade de expressão na plataforma. "Desde que fiz meu investimento, percebo que a empresa não prosperará nem atenderá a esse imperativo social em sua forma atual", escreveu Musk.

Em um tuíte publicado nesta segunda-feira, 25, Musk ainda disse que esperava que seus "piores críticos" continuem usando a plataforma, porque, segundo ele, "é isso o que realmente significa liberdade de expressão".

A questão Trump

Musk ainda não comentou publicamente o que ele fará com o Donald Trump, que teve a sua conta excluída no Twitter. Mas seus comentários sobre liberdade de expressão levaram a especulações de que o Twitter sob o seu comando poderia reativar a conta de Trump, que está banido da plataforma desde o dia 6 de janeiro de 2021, após a invasão do Capitólio. O Twitter argumentou que Trump violou as políticas de uso da rede, ao incitar a violência entre os seus apoiadores. Pela mesma razão, o Facebook também baniu o perfil de Trump na rede.

O ex-presidente, que era conhecido por atacar oponentes pelo Twitter, além de anunciar medidas ou mudanças políticas diretamente pelo seu perfil, também está tentando popularizar a sua própria rede social. Sua startup, a Truth Social, tem enfrentado dificuldades para atrair usuários, e o problema pode piorar ainda mais se Musk sugerir mudar as regras de moderação de conteúdo do Twitter. Trump disse em uma entrevista recente que provavelmente não voltaria ao Twitter, mesmo que pudesse.

O algoritmo

Em uma conferência realizada neste mês de abril, Musk elaborou seus planos de tornar o algoritmo do Twitter um modelo de código aberto, que permitiria aos usuários ver como certas postagens surgiram em suas linhas do tempo.

Ele disse que o método de código aberto seria melhor do que "ter tuítes sendo promovidos e rebaixados misteriosamente sem nenhuma percepção do que está acontecendo". Musk também apontou para a politização da plataforma, e, recentemente, tuitou que as políticas de qualquer plataforma de mídia social "são boas se os 10% mais extremos da esquerda e da direita estiverem igualmente infelizes".

Relevância e bots

Antes de Musk se oferecer para comprar o Twitter, ele expressou preocupação com a relevância da plataforma. Quando uma conta postou uma lista das dez contas mais seguidas na rede, incluindo o ex-presidente Barack Obama e as estrelas pop Justin Bieber e Katy Perry, Musk respondeu: "A maioria dessas contas 'principais' tuíta raramente e publica muito pouco conteúdo. O Twitter está morrendo?"

Mais recentemente, o executivo-chefe da Tesla prometeu que "derrotaria os bots de spam ou morreria tentando!". /TRADUÇÃO DE DANIEL TOZZI

Estadão
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