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Evolução dos códigos maliciosos é desafio à cibersegurança

A segurança cibernética, seus desafios e a evolução dos códigos maliciosos: como isso pode afetar você.

24 dez 2018 - 07h42
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Os códigos maliciosos são uma preocupação não só de executivos de empresas de todos os portes, mas de usuários de dispositivos tecnológicos em geral. E não é para menos, de acordo com dados da ESET, o Brasil é o quarto país com mais infecções por Ransomware em toda a América Latina.

O relatório ainda destaca que o Ransomware é o principal ponto de atenção das organizações. Este código malicioso sequestra informações da vítima e, em seguida, pede um resgate. Receosas de serem atingidas por ameaças como estas, pequenas e grandes empresas dedicam cada vez mais orçamento e recursos para aliviar possíveis incidentes de segurança, o que mostra que a segurança cibernética ganha uma importância cada vez mais significativa.

Foto: Drew Coffman / Foter.com / CCBY

Estas ameaças afetam quase todas as plataformas utilizadas e se diversificam constantemente. Ao longo do tempo, se tornam também mais complexas, o que muitas vezes facilita sua propagação. De acordo com dados da Safetica, 80% dos negócios passaram por incidentes de segurança no último ano.

Os vírus, no entanto, surgiram de uma forma mais simples e menos ameaçadora do que são hoje. Frederick Cohen, um estudante de engenharia da Califórnia criou um código malicioso, e seu professor, Leonard Adleman, decidiu nomeá-lo vírus de computador, em novembro de 1983.

Leonard Adleman (à direita) no inícios dos anos 1980, quando era professor
Leonard Adleman (à direita) no inícios dos anos 1980, quando era professor
Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

A criação dos primeiros vírus gerou a necessidade da indústria da proteção cibernética. Embora não esteja claro qual foi o primeiro software antivírus da história, a empresa alemã GData Software recebeu o crédito pela criação da primeira solução, em 1987, voltada para a linha de computadores Atari ST.

Além disso, o primeiro a neutralizar uma ameaça de computador ativa foi o pesquisador alemão e especialista em segurança, Bernd Fix, que em 1987 desenvolveu um programa para eliminar um vírus chamado Viena.

A história do malware e da indústria da segurança evoluiu. No meio desse desenvolvimento, surgiram ameaças que deixaram a sua impressão no mundo digital e marcaram época, como o worm Morris, no final dos anos 1980, Michelangelo nos anos 1990, Loveletter também conhecido como Iloveyou em 2000, até o presente momento com ameaças que também fizeram história, como o WannaCryptor.

Iloveyou foi um terror em 2000
Iloveyou foi um terror em 2000
Foto: Reprodução

O WannaCryptor, junto com outros Ransomwares, lideram o tipo de ameaça de cibercrimes que mais ocorreram em 2017, segundo a Europol. O relatório mostra que o ransomware ofuscou a maioria das outras ameaças cibernéticas, afetando de forma indiscriminada vítimas em várias indústrias nos setores público e privado. Fraudes bancárias, crimes de engenharia social e golpes para roubo de criptomoedas também são crimes apontados como bastante comuns pela pesquisa.

Apesar disso, a cibersegurança tem passado por transformações muito positivas nos últimos anos, com a criação da General Data Protection Regulation (GDPR) e da Network and Information Security (NIS), ambas medidas de proteção e legislação para cibercrimes na região europeia, e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, que regula o uso de informações por empresas e pessoas no País.

Estas medidas visam uma melhoria no fluxo de dados, protegendo usuários e empresas de possíveis estravios e uso indevido desses conteúdos.

Foto: Liam Tucker / Unsplash.com

A legislação para proteção, aliada aos mais modernos mecanismos de segurança cibernética, são passos bastante importantes ao longo de uma história de 35 anos desde a criação do primeiro vírus de computador. O que nos mostra que estamos no caminho certo na proteção e segurança cibernética, e que o investimento constante nesse tema é vital para continuarmos a aproveitar da melhor maneira todos os benefícios que a tecnologia pode nos trazer.

(*) Denise Giusto Bilic, especialista em segurança cibernética da ESET

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