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Perigo: brasileiros postam fotos dos filhos com pouca roupa

Pesquisa aponta que 39% dos brasileiros admitem postar fotos de seus filhos com poucas roupas: entenda os riscos.

31 jan 2019 - 09h51
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Depois não adianta se lamentar: é preciso ter bom senso. É preocupante a quantidade de pessoas que postam fotos de seus filhos com roupas íntimas ou mesmo bebês na banheira ou trocando a roupa. E aí vem a “conta”: 23% dos latinos-americanos se dizem arrependidos após uma publicação viralizar nas redes sociais.

O alerta vem da pesquisa regional desenvolvida pela Kaspersky Lab em conjunto com a consultoria de pesquisa de mercado chilena CORPA: 41% dos latino-americanos admitem publicar fotos em redes sociais de seus filhos, irmãos, sobrinhos ou outros menores de idade, em que aparecem com pouca roupa.

"Os pais são responsáveis pelo que acontece na vida digital de seus filhos e devem tomar as medidas necessárias para proteger os pequenos dos perigos que se escondem na internet”, afirma Dmitry Bestuzhev, diretor da equipe de pesquisa da Kaspersky Lab. “Além disso, os adultos devem dar o exemplo adotando um comportamento responsável ao navegar online.”

E, ao contrário de outros aspectos em que elas são tão cuidadosas, são exatamente as mulheres as mais descuidadas: 46% delas cometem esse deslize, contra 35% dos homens. Destes, 46% têm entre 25 e 34 anos, seguidos de jovens entre 18 e 24 anos com 38%. As pessoas com 35 a 50 anos de idade, com 37%, estão no mesmo nível deste grupo.

Foto: Thomas Lipke / Unsplash.com

Existem três tipos principais de perigo aos menores atualmente: o primeiro tem a ver com usuários desconhecidos, que, quando encontram perfis públicos do Facebook ou do Instagram, podem baixar e compartilhar imagens de crianças para fins sexuais ou pedofilia.

Em segundo lugar, há o cyberbullyng que as crianças podem sofrer em sua adolescência se as imagens publicadas forem usadas como material para piadas ou cyberbullying. Por último, os próprios pais se tornam uma ameaça para seus filhos quando compartilham essas imagens de maneira excessiva e indiscriminada.

"Antigamente, fotos espontâneas de crianças eram tiradas desajeitadamente, fazendo coisas bobas e com caretas, mas os pais preservavam e compartilhavam-as em álbuns de fotos dentro de suas casas. Como profissional de cibersegurança, que passa muito tempo em redes sociais, fico impressionado com o que os usuários podem compartilhar online e como estamos expondo nossos filhos a viverem um tormento no futuro", alerta Bestuzhev. "Em essência, as redes sociais facilitaram o compartilhamento de nossas vidas, momentos e memórias, mas a desvantagem é que é tão fácil de fazer que não reservamos um momento para pensar em quem tem acesso a essas informações e às possíveis consequências que isso pode causar nos nossos filhos no futuro. Uma vez que é publicado online, vai viver para sempre no ciberespaço."

E não é só pedofilia e cyberbulling que preocupa: comentários de mau gosto, não importa quão doces e inocentes sejam as imagens, dão um tom azedo para o problema.

Após publicar o estudo, a própria Kaspersky Lab sugere quatro medidas de segurança:

  1. Não tenha um perfil público de suas redes sociais. Se você tem um perfil público no Facebook ou no Instagram, você está convidando qualquer pessoa com uma conexão à internet para ver suas fotos. Todos têm o direito de ter alguma privacidade online, por isso, forneça acesso somente às pessoas com quem você realmente tem contato. Você também pode alterar a privacidade de cada publicação e, assim, decidir o que as pessoas podem ver.
  2. Não compartilhe fotos dos filhos de outras pessoas. Os pais têm o direito de saber quem pode ver e comentar as fotos de seus filhos. Se eles decidirem mantê-los longe das redes sociais ou configurar sua privacidade online, eles estarão em seus direitos como pais e responsáveis e os usuarios não terão o direito de fazer o contrário.
  3. Não crie um perfil para um menor. Existem razões pelas quais as redes sociais exigem uma idade mínima para criar um perfil, associado, principalmente, com a segurança online da criança. Por outro lado, a privacidade da criança deve ser respeitada, uma vez que certas imagens compartilhadas por pais ou outros parentes podem causar descontentamento e desconforto no futuro, ou podem ser disseminadas e usadas por terceiros para propósitos ruins.
  4. Jamais publique fotos de seus filhos ou sobrinhos na banheira. É necessário refletir: não é porque são crianças que suas partes íntimas devem ser expostas ao mundo. Provavelmente não há intenção ruim de publicar em redes sociais a fotografia de um bebê seminu ou criança brincando com seu patinho de borracha, aprendendo a andar ou correndo pelo quintal, mas não podemos esquecer que no mundo existem pessoas que vendem esse tipo de imagens com fins indecorosos e outros que pagam por esse tipo de imagem.
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