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Amora recebe R$ 16 mi em busca pela '3ª via' entre comprar e alugar imóveis

Modelo da startup tem um contrato de 'aluguel' de 36 meses, que também serve para dar entrada no imóvel

19 abr 2022 - 08h10
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É difícil pensar em uma forma de moradia que não seja aluguel ou compra de um imóvel. No entanto, a "3ª via" pode existir - ao menos, é o que acredita a startup Amora. Com um modelo de negócios que prevê um esquema híbrido de aluguel com compra, a startup anuncia nesta terça, 19, que recebeu um aporte de R$ 16 milhões.

A rodada foi liderada pelo Global Founders Capital (GFC), firma alemã que já investiu em nomes como Facebook, Slack, Dafiti e Brex. Participaram também Moore Strategic Ventures, Caravela, Plug & Play, Latitud, RBR asset e Pareto20 - a lista ainda conta com Guilherme Bonifácio ( cofundador do iFood), Diego Libanio (cofundador do Zé Delivery), Brian Requarth (fundador do Vivareal) e Douglas Oliveira (fundador da fintech Swap).

Apovian (E), Cerqueira e Santos (D): fundadores da Amora
Apovian (E), Cerqueira e Santos (D): fundadores da Amora
Foto: Divulgação / Estadão

Os investidores acreditam em uma proposta pouco comum no mercado imobiliário. O cliente escolhe onde quer morar, a Amora compra o imóvel e o disponibiliza para a moradia em um contrato de 36 meses. O valor pago todo mês é dividido: parte é um custo mensal, equivalente a um aluguel, enquanto a outra serve como poupança para que o usuário compre o imóvel.

"A gente funciona como aquele parente que dá um empurrão na hora da compra do imóvel", diz ao Estadão Aram Apovian, fundador da companhia. O executivo estima que em compra tradicional seja necessário até 35% do valor do imóvel, incluindo custos com documentação. No modelo da Amora, a entrada é de 5%, que é somada às parcelas dos 36 meses. Ao final do contrato, o morador pode continuar com a compra ou devolver o imóvel.

Na segunda opção, a Amora vende o imóvel no mercado - a outra fonte de receita da startup é a taxa de moradia. Caso consiga negociar o imóvel por um valor maior do que foi comprado, a Amora devolve as parcelas ao cliente. Se o valor for mais baixo, o valor é descontado do que deve ser devolvido.

Apoviam também aponta para outros detalhes do que propõe a companhia: "Permitimos que o morador deixe a casa do jeito dele. Ele pode realizar reformas, algo que o aluguel tradicional não costuma permitir. E também garantimos o preço do imóvel. Nem sempre o momento que o cliente pode pagar por um imóvel é o momento ideal para ele no mercado".

Tecnologia

A tecnologia da companhia é usada justamente para fazer a análise de crédito dos clientes e também para avaliar e realizar os processos burocráticos relacionados ao imóvel. Esses dois componentes ajudam a definir o valor da parcela no contrato de 36 meses.

As ferramentas digitais são as que devem se beneficiar do aporte. "Vamos investir em tecnologia e melhoria de processos", conta Rafael Cerqueira, outro cofundador da companhia. Isso significa que o time de 14 pessoas deve chegar a 25 até o final do ano. Posteriormente, a companhia deve levantar por meio de dívida recursos para a compra dos imóveis - uma nova rodada de aportes está descartada no curto prazo.

Além do modelo de negócios, Amora também ocupa uma posição incomum no mercado imobiliário. A empresa não oferece financiamento nos moldes tradicionais e nem tem uma plataforma de imóveis, como QuintoAndar e Loft.

"Não sou imobiliária e nem quero ser. Atuamos alinhados a quem quer comprar", explica Apoviam. O executivo conta que a companhia tenta fazer a ponte entre imobiliárias (tradicionais ou digitais) ou com instituições de crédito. "Estamos expandindo mercado. Damos acesso ao mercado a uma fatia que estava de fora", explica Cerqueira.

Em operação desde abril do ano passado, a Amora atua apenas na Grande São Paulo - e ainda vê muitas oportunidades na região. "O mercado residencial é um mercado que tem muita coisa pra sofisticar, especialmente do lado intermediário e da renda. Muita gente fica de fora".

Estadão
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