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Fundo israelense OurCrowd faz evento em SP de olho no ecossistema local

Com empresas como BeyondMeat e Casper Mattress no portfólio, grupo que faz crowdfunding para aportes está de olho tanto em startups locais como no investidor brasileiro

23 set 2019 - 05h11
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Nos últimos anos, tornou-se bastante popular no mundo da tecnologia o conceito do crowdfunding, em que fãs se juntam para contribuir em um projeto específico - um filme, disco ou jogo. Inspirado nesse conceito, o fundo israelense OurCrowd busca "popularizar" o investimento em startups, permitindo que pessoas com pelo menos US$ 10 mil façam aportes em empresas novatas de tecnologia - as apostas incluem nomes como a Beyond Meat, sensação da carne vegetal, a Jump, adquirida pelo Uber, ou a Casper Mattress, americana que tem revolucionado o mercado de colchões. Agora, os israelenses estão de olho no Brasil.

Entre terça e quarta-feira, a firma realiza seu primeiro evento no País, o OurCrowd Sync. Segundo Jon Medved, presidente executivo do fundo, a empresa tem três metas com o evento, que reunirá startups, investidores e gente do ecossistema. A primeira delas é abrir as portas do mercado brasileiro para as companhias do portfólio da OurCrowd. A segunda é começar a trocar cartões com as startups brasileiras. O mais importante, porém, segundo Medved, é atrair investidores do País para o fundo. "Achamos que o mercado de venture capital é muito estratégico e lucrativo para ser deixado apenas para investidores profissionais", afirma.

Jon Medved, OurCrowd, presidente executivo do fundo israelense OurCrowd
Jon Medved, OurCrowd, presidente executivo do fundo israelense OurCrowd
Foto: Divulgação / Estadão

Segundo ele, bastam US$ 10 mil para investir em uma única empresa por meio da plataforma da OurCrowd, que funciona toda pela internet, via app e site próprios. "Recomendo, porém, que o investimento seja diversificado. Não dá só para investir em uma ou duas startups, porque o risco é muito alto", diz ele.

Outra alternativa, afirma o executivo, é fazer aportes em um dos 25 fundos que a empresa têm, em áreas especializadas, como fintechs, startups de esporte ou empresas que já estão mais maduras. Nesse caso, a quantia mínima sobe para US$ 50 mil. "Não acho que alguém que mora numa favela poderia investir, mas vejo 1 ou 2 milhões de lares que se qualificariam para a nossa plataforma", diz Medved. "Os brasileiros não têm muitas oportunidades para investir no Vale do Silício ou em Israel. Queremos mudar isso."

De lá para cá

Por enquanto, o fundo ainda estuda como vai oferecer sua plataforma por aqui, negociando com diversos parceiros locais. Assim, não é difícil imaginar que o grupo israelense comece suas atividades por aqui investindo em empresas nacionais. "Queremos começar já no ano que vem", diz Medved.

Segundo ele, a meta é fazer aportes entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões - no jargão do setor, entre o investimento semente e o que se chama de Série A, a primeira rodada de fôlego de uma startup. "Mas ainda precisamos entender o fluxo das transações, conversar com fundos locais para entender o ecossistema. Normalmente, escolhemos 2 ou 3 startups a cada 100 analisadas." Ao Estado, Medved diz ainda que é completamente agnóstico quanto a setores. "Fintech, healthtechs, topamos tudo. Mas a área de startups de agricultura é uma das mais excitantes que vejo no Brasil."

Sobre o evento

OurCrowd Sync: São Paulo 2019

Quando: 24 e 25 de setembro

Onde: Sheraton São Paulo WTC Hotel - Av. das Nações Unidas, 12559

Mais informações: http://www.ourcrowd.com.br/contato/

Estadão
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