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Mindset Ventures levanta US$ 33 mi para novo fundo de investimentos

Grupo une investidores brasileiros para apostar em startups baseadas nos EUA e em Israel, mas que queiram se expandir para o País; para gestor, cenário do coronavírus pede cautela

5 mai 2020 - 05h12
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Especializada em ajudar investidores brasileiros a fazer aportes em startups dos EUA e de Israel, a empresa de capital de risco Mindset Ventures anuncia que concluiu a primeira rodada de captação de um novo fundo. Com cerca de 70% do total previsto para o fundo já captado, a empresa afirma ter agora US$ 33 milhões para realizar cheques em empresas inovadoras de tecnologia, com foco especial em mercados como fintechs, software, agronegócio, saúde e cibersegurança.

Criado em 2016, o fundo já soma investimentos na casa de US$ 50 milhões em cerca de 40 empresas - normalmente, os cheques acontecem em companhias estrangeiras em estágio inicial, mas que têm interesse de se estabelecerem no Brasil em algum momento. No portfólio da Mindset, o destaque maior é a Brex, fintech criada por dois brasileiros no Vale do Silício e que hoje já é avaliada em US$ 2,6 bilhões, por conta de seu serviço de cartão de crédito corporativo voltado para startups.

Junto com a nova rodada de captação de US$ 33 milhões, o Mindset também anuncia que realizou um investimento na startup de recursos humanos Turing. Fundada no Vale do Silício, a empresa auxilia outras companhias na contratação de engenheiros de software e programadores com alta qualidade e baixo custo de mão de obra. "É uma empresa que tem grande potencial de expansão para o Brasil, uma vez que temos necessidade de mão de obra qualificada em grandes centros e excesso dela fora deles", diz Daniel Ibri, presidente executivo da Mindset Ventures.

Em entrevista ao Estado, Ibri afirma que o momento atual, com a pandemia do novo coronavírus, não altera a tese de investimentos da Mindset. "Sempre buscamos negócios com tecnologias robustas e modelos sustentáveis. O cenário pede apenas mais cautela nos investimentos", afirma o executivo. Por outro lado, ele afirma que não vai parar de investir e pode até "acelerar aportes em oportunidades específicas, que se beneficiem do cenário atual".

Segundo o executivo, a principal preocupação do momento, porém, é ajudar as empresas do portfólio a atravessarem a crise - algo que também está na cabeça de outros gestores de fundos de investimento, como mostrou o Estado em reportagem recente.

De acordo com Ibri, a alta recente no dólar não afetou a captação de sua empresa. "Nossos investidores já possuem recursos aplicados no exterior e sentem menos os impactos da variação do real", afirma. Ele também diz que o momento delicado vivido pelo Brasil não impacta as iniciativas de empresas de seu portfólio de começar negócios por aqui. "O empreendedor estrangeiro ainda tem pouca informação do que de fato ocorre no Brasil, portanto isso pouco influencia em sua decisão de expansão para cá, ainda mais considerando que startups não precisam de grandes investimentos para começar a operar no País."

Estadão
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