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Jobs sofria de doença rara que atinge 1 pessoa a cada 100 mil

5 out 2011 - 23h23
(atualizado em 6/10/2011 às 02h44)
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Matheus Pessel
Direto de Porto Alegre

Steve Jobs, fundador da Apple que morreu nesta quarta-feira, sofria de uma forma muito rara e agressiva de câncer pancreático. Segundo Renato Salim, médico do hospital Santa Rita, de Porto Alegre, o tumor neuroendócrino afeta uma pessoa a cada 100 mil. Mas o caso de Jobs era ainda mais raro, já que esse tipo de câncer ocorre principalmente no pulmão e intestino, dificilmente o pâncreas.

Steve Jobs fala no lançamento do iPad 2, em março de 2011
Steve Jobs fala no lançamento do iPad 2, em março de 2011
Foto: AFP

Débora Batassini, oncologista ex-presidente da Sociedade de Cancerologia do Rio Grande do Sul, afirma que a forma mais comum de câncer no pâncreas é o adenocarcinoma - ainda mais agressivo que o neuroendócrino. Ela explica ainda que o tumor que atingiu Jobs é sempre maligno.

Salim diz que, apesar de menos agressivo que o adenocarcinoma, o neuroendócrino "tem um tratamento mais complicado. Se a doença está mais avançado, não temos o que fazer (para curar)".

Os dois médicos concordam que o transplante de fígado ao qual o empresário foi submetido indica que já ocorria metástase do câncer. Salim, contudo, afirma que o transplante só é indicado quando é para tentar curar o paciente, e não prolongar sua vida, como aparentemente foi o caso de Jobs.

Não se sabe em que fase estava a doença quando Jobs a descobriu, já que não falava muito sobre sua vida particular. Salim diz que a sobrevida do paciente quando o câncer é descoberto em uma fase tardia costuma durar entre um e dois anos. Débora diz que pacientes que descobrem mais cedo, quando a doença ainda é curável, podem sobreviver quatro anos, ou até mais em alguns casos. Jobs afirmava que descobriu a doença em 2004.

Steve Jobs morre aos 56 anos
O cofundador e ex-presidente do conselho de administração da Apple morreu nesta quarta-feira aos 56 anos, vítima de um câncer no pâncreas que vinha tratando desde 2003. Perfeccionista, criativo, inovador e ousado, ele ajudou a tornar os computadores mais amigáveis e revolucionou a animação, a música digital e o telefone celular. Jobs marcou o mundo da tecnologia ao apresentar produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Afastado da empresa desde 17 de janeiro para cuidar da saúde e sem prazo para voltar, o executivo renunciou ao cargo em 24 de agosto. "Sempre disse que, se chegasse o dia que eu não pudesse mais cumprir minhas funções e expectativas como CEO da Apple, seria o primeiro a informar. Infelizmente, esse dia chegou", dizia a nota à época.

A saúde de Jobs virou notícia em 2004, quando ele anunciou que passara por uma cirurgia para remover um tipo raro de câncer pancreático, diagnosticado em 2003, e que a operação fora bem-sucedida. Depois, em 2009, Jobs fez um transplante de fígado e ficou afastado da companhia que fundou ao lado do engenheiro Steve Wozniak por vários meses. Mesmo com as licenças, Jobs continuou ativo na tomada de decisões da empresa, chegando se reunir a portas fechadas com o presidente americano, Barack Obama, em fevereiro, e lançar o iPad 2, em março, surpreendendo ao subir ao palco para apresentar o produto.

Detalhes do estado de saúde de Jobs sempre foram um mistério. Uma fotografia que mostrava o executivo muito magro e com aparência debilitada (sobre a qual recaíram suspeitas de manipulação) foi publicada pelo site americano de celebridades TMZ dois dias após ele ter deixado o cargo de presidente-executivo da Apple. Em fevereiro, Jobs foi fotografado pelo jornal americano The National Enquirer na mesma clínica onde o ator Patrick Swayze, morto em setembro de 2009, recebeu tratamento para câncer de pâncreas.

Fonte: Terra
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