Trump acidentalmente admite usar Huawei como moeda de troca com a China

Bem, a essa altura do campeonato, todo mundo sabe que o imbróglio envolvendo a Huawei faz parte da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O presidente Donald Trump sempre usou a justificativa de "ameaça à segurança" por conta de suposta espionagem nos dispositivos da companhia, mas a verdade é que o jogo de interesses é o que tem dirigido toda essa ofensiva contra os asiáticos. Veja bem, o próprio Trump admitiu isso em uma entrevista ontem (23).

Se fizéssemos um acordo, poderia imaginá-la com parte dessa proposta

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Ao falar com a imprensa após anunciar liberação de verba para a agricultura, Trump disse o seguinte: "a Huawei é algo muito perigoso. Você olha para o que eles fizeram, do ponto de vista de segurança e militar, é muito perigoso. Então, é possível que ela seja incluída em algum tipo de acordo comercial. Se fizéssemos um acordo, poderia imaginá-la como parte dessa proposta".

Veja abaixo, perto dos 41 minutos:

Ele confirmou isso com tanta naturalidade que de certa forma surpreendeu os repórteres, que perguntaram então como seria esse cenário. "Seria muito bom para nós", disse Trump, já notando que acidentalmente teria exposto a verdadeira razão da suspensão à Huawei. "É muito cedo para dizer. Estamos apenas preocupados com a Huawei do ponto de vista da segurança", encerrou, ao ser questionado sobre sua declaração.

Entrevista de Trump pode pegar mal para sua própria equipe de segurança

Resumidamente, o que o presidente estadunidense diz é que a Huawei é tanto uma ameaça à defesa quanto uma moeda de barganha com a China. O maior problema dessa declaração é o fato de Trump estar então negociando a segurança de seu próprio país. Ou de deixar todos na dúvida se isso tudo não passa de um blefe para conseguir o que quer.

De qualquer forma, já há uma cobrança da própria população norte-americana sobre esses atos, que vêm causando mudanças no mercado todo e podem alterar profundamente a cadeia de fornecimento mundial de componentes — sem contar o aumento da tensão com os chineses. Aguardamos os próximos capítulos.