Tempestades podem causar desabastecimento de água em quase todos os municípios gaúchos, alerta estudo
O estudo ainda coloca Porto Alegre entre as cinco capitais com mais risco de terem seus sistemas de água afetados por tempestades
Um novo estudo do Instituto Trata Brasil revelou que o Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros mais vulneráveis a impactos climáticos no setor de saneamento básico, especialmente em relação a tempestades, até 2050. A pesquisa, divulgada nesta terça-feira (19), analisou como eventos climáticos extremos, como tempestades, secas e ondas de calor, afetam o abastecimento de água e o tratamento de esgoto no país.
Junto com o Rio Grande do Sul, os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro também estão entre os que possuem maior risco de ter o abastecimento de água afetado por tempestades.
De acordo com o estudo, 92% dos municípios gaúchos correm risco "muito alto" de terem o abastecimento de água comprometido em momentos de fortes chuvas. Esse índice alarmante resulta de fatores como a fragilidade das infraestruturas, a falta de investimentos em saneamento básico e as características geográficas do estado.
Além disso, o Rio Grande do Sul apresenta um dos maiores índices de municípios com risco de contaminação da água em caso de chuvas intensas. A falta de cobertura de coleta e tratamento de esgoto agrava o problema, já que o esgoto não tratado pode contaminar rios e lençóis freáticos, colocando em risco a saúde da população.
O estudo ainda coloca Porto Alegre entre as cinco capitais com mais risco de terem seus sistemas de água afetados por tempestades. As outras são Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) e Brasília (DF).
O estudo alerta que as mudanças climáticas estão intensificando a frequência e a intensidade de eventos extremos, como tempestades e secas, exigindo ações urgentes para adaptar os sistemas de saneamento básico e garantir o acesso à água potável e ao tratamento de esgoto para todos.