Templo dedicado a Lúcifer gera polêmica em cidade gaúcha
Na cidade de Gravataí, Região Metropolitana de Porto Alegre, um santuário dedicado a Lúcifer está provocando polêmica e problemas com a Justiça do Rio Grande do Sul. O templo, que conta com uma estátua, foram obras de Mestre Lukas de Bará da Rua, que afirma ter sonhado com a imagem antes de sua concepção. Ele fundador do grupo intitulado 'Nova Ordem de Lúcifer na Terra', juntamente com Tata Hélio de Astaroth.
O espaço foi interditado. A decisão veio da 4ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública. No documento, o órgão cita falta de regularização administrativa e a ausência de licenças necessárias. A Prefeitura de Gravataí argumenta que o local não possui alvará para funcionar como estabelecimento religioso. Além disso, não há registro formal como entidade.
Por que Santuário de Lúcifer causou tanta comoção?
A estátua, que pesa uma tonelada, simboliza, segundo seu criador, a dualidade entre o humano e o espiritual. Retratada como parte homem, parte esqueleto, a figura está envolta em simbolismos que desafiam concepções tradicionais de figuras religiosas. Essa representação buscava desmistificar a figura de Lúcifer, vista por seus seguidores como um símbolo do conhecimento iluminado.
Mestre Lukas, quando confrontado sobre as questões legais, afirmou ter tentado obter as permissões necessárias junto à prefeitura, mas teve seus pedidos negados. Para ele, o templo é destinado exclusivamente aos membros da ordem e não ao público em geral.Desta forma, seu uso seria privado.
Qual é a posição legal em relação aos templos religiosos?
A decisão judicial enfatiza que templos religiosos, tal como qualquer outro estabelecimento que recebe pessoas, devem atender às regulamentações municipais. Isso inclui a obtenção de licenças apropriadas para garantir a segurança e o bem-estar dos frequentadores. Por fim, a administração pública reforça que nenhuma entidade está isenta de tais requisitos.
Embora o santuário tenha suscitado reações variadas, ele também atraiu a atenção para a diversidade religiosa e a liberdade de crença. Para os membros da ordem fundada por Mestre Lukas, que reúne cerca de 100 pessoas no Brasil, incluindo 80 no Rio Grande do Sul, o templo é um local sagrado. Lúcifer, para os membros da ordem, significa a "luz do conhecimento", explica o religioso ao site g1.
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A obra custou cerca de R$ 35 mil. Muitos moradores criticaram por, supostamente ter recebido recursos públicos, uma alegação que tanto Mestre Lukas quanto a Prefeitura negam.