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Teremos ZCAS no verão?

Fenômeno traz chuva volumosa para o país

4 nov 2015 - 11h44
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A Zona de Convergência do Atlântico Sul, ZCAS na forma usualmente abreviada, é o principal sistema meteorológico do verão no Brasil responsável por um período prolongado de chuva frequente e volumosa sobre parte das Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste.

Foto: Climatempo

Em muitas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste, o elevado volume de chuva produzido no período de ZCAS, que em média atua por período de 5 a 10 dias, pode representar grande parte da chuva do trimestre mais chuvoso do ano.

Quando a ZCAS se forma, uma extensa faixa de nuvens carregadas persiste sobre o Brasil por vários dias consecutivos, cruzando o país do Amazonas ao Rio de Janeiro. As imagens de satélite aparentam ser quase iguais de um para outro no período de atuação da ZCAS.

A Zona de Convergência do Atlântico Sul é uma grande e prolongada zona de convergência de fluxos de umidade sobre o Brasil resultado da interação da circulação de vários sistemas meteorológicos: frentes frias na costa do Sudeste, Vórtice Ciclônico de Altos Níveis no Nordeste (VCAN), sistema de circulação ciclônica que se forma em torno de 10 km de altitude, e a Alta da Bolívia, grande sistema de alta pressão atmosférica (circulação anticiclônica) que se estabelece sobre este país em torno de 10 mil metros de altitude.

É assim que se organiza uma ZCAS em anos normais. Mas 2015 não é um ano normal! É um ano de El Niño e com forte intensidade. O aquecimento acima do normal das águas do oceano Pacífico Equatorial, que é a característica do El Niño, altera a circulação geral da atmosfera sobre a América do Sul e isto muda a forma como a ZCAS se forma.

A meteorologista Patricia Madeira explica: "“Em anos de El Niño também pode haver formação de ZCAS, mas ela tem um comportamento um pouco diferente, por causa das mudanças que o fenômeno provoca na atmosfera, de uma forma geral. Quando falamos em menos chuva que o normal no Nordeste do Brasil em anos de El Niño, estamos falando de um sistema de alta pressão que fica quase permanente e dificulta a formação de nuvens de chuva. Mas isso não acontece apenas no Nordeste, acontece também na região norte de Minas Gerais e muitas vezes afeta também o centro mineiro. O centro de alta pressão em superfície, ou o vórtice ciclônico de altos níveis (VCAN), fica mais a sul que o normal, e isso “empurra” todos os sistemas mais para sul. Assim, em anos de El Niño a ZCAS até aparece, mas numa posição mais a sul, chegando até o Paraná e, em casos especiais, até a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul. Ela é menos intensa, mas ainda capaz de provocar prejuízos por causa dos dias seguidos de chuva.”

Novembro começou com grandes áreas de instabilidade entre o Amazonas, Mato Grosso e São Paulo. As imagens de satélite mostram uma faixa de nebulosidade que parece com a ZCAS.

Será que o fenômeno está se formando? Como o El Niño interfere na formação da ZCAS? Confira as explicações da meteorologista Patricia Madeira.

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Climatempo
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