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"Tiro sairá pela culatra", diz Eduardo Bolsonaro sobre decisão de Moraes

Aliados do presidente Jair Bolsonaro reagem à revelação de que o ministro do STF atendeu a pedido do senador Randolfe Rodrigues para decretar quebra de sigilo bancário dos empresários que defenderam golpe

31 ago 2022 - 08h45
(atualizado às 09h00)
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Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro
Foto: Frederico Brasil/Futura Press

Adversários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram rapidamente à notícia de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para decretar a quebra de sigilo bancário e o bloqueio de contas dos empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado em conversa no WhatsApp. O parlamentar amapaense é um dos coordenadores da campanha do candidato do PT à Presidência.

O deputado Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) afirmou que a atitude do magistrado será "um tiro que vai sair pela culatra". A ligação entre o pedido de Randolfe e a decisão de Moraes foi revelada pelo Estadão. Assim como os outros membros do clã Bolsonaro, Eduardo é crítico da postura de Moraes contra apoiadores do governo. Segundo ele, o ministro age para "devassar a vida de pessoas inocentes e trabalhadores apenas porque apoiam (o presidente) Bolsonaro".

    "Alexandre de Moraes atendeu a um pedido do coordenador da campanha do ex-presidiário para, com base em conversas particulares e figurinhas de whatsapp, devassar a vida de pessoas inocentes e trabalhadores apenas porque apoiam Bolsonaro. O tiro vai sair pela culatra (de novo)", publicou.

    O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discursa no plenário do Senado; o ministro Alexandre de Moraes, do STF, atendeu a pedido dele, que é líder da oposição no Senado. Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

    Fora do campo político, o assunto repercutiu nas redes dos "influenciadores" digitais do bolsonarismo. A blogueira Bárbara Destefani, dona do canal "Te Atualizei" e uma das principais criadoras de conteúdo pró-governo da internet, chamou o senador Randolfe Rodrigues, ironicamente, de "Procurador-Geral da República".

    O empresário bolsonarista Marcelo de Carvalho, sócio-fundador da RedeTV!, foi outro que ironizou o decreto ao descrever Moraes como "absolutamente isento e parcial". "Entendi. O Randolfe, por coincidência coordenador da campanha de oposição (...), detecta a trama do golpe imaginário e portanto pede ação contra os apoiadores do outro lado. Absolutamente isento e imparcial", escreveu.

    Estadão
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