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Transição energética cria oportunidades de investimentos

Estudo da Leggio Consultoria indica que substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis ocorrerá em duas ondas distintas até 2060 no Brasil

18 set 2023 - 17h33
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A substituição energética de combustíveis fósseis por fontes sustentáveis vai criar novos mercados que guardam oportunidades de investimento: de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil deve ampliar sua capacidade de geração de energia em 83% nos próximos anos com os renováveis. O tema está na agenda do governo federal, que acaba de lançar o Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro, com o objetivo de promover a mobilidade sustentável de baixo carbono.

Foto: Divulgação - Leggio Consultoria / DINO

Muito além dos carros elétricos e dos biocombustíveis, há diversos estudos com veículos híbridos - elétrico/etanol, elétrico/gás -, veículos com células de combustível a etanol, motorização a hidrogênio e inclusão do diesel verde (HVO) na matriz. Construir essa nova realidade requer investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para as motorizações e adaptação dos veículos em si, das linhas de produção, em alguns casos com a adaptação de refinarias, novas unidades de produção de combustível e criação de cadeias de suprimento.

"Hoje, o cenário ainda está indefinido, com estudos pulverizados, o que representa oportunidades: quem conseguir desenvolver o modelo de energia renovável mais aderente à realidade brasileira vai efetivamente liderar este movimento. Há dois fatores essenciais para o desenvolvimento deste mercado: a regulamentação das novas fontes renováveis pelo poder público e estudos aprofundados, que avaliem os cenários futuros para a entrada de novas fontes de energia e embasem um planejamento assertivo dos investimentos neste setor", explica Marcus D´Elia, sócio-diretor da Leggio Consultoria, especializada em Petróleo, Gás e Energia Renovável.

Estudo indica substituição energética em duas ondas distintas

Para aprofundar o tema, a Leggio Consultoria realizou um estudo que apontou uma substituição energética gradual do diesel para fontes de energia limpa, que ocorrerá em duas ondas distintas, até a década de 2060. O trabalho foi desenvolvido através de metodologia própria da Leggio Consultoria, que adota tecnologias avançadas para cruzar informações de um robusto banco de dados - com informações estratégicas, tanto públicas como privadas - através de modelagens matemáticas desenvolvidas especificamente para o segmento. As projeções consideram a dinâmica de mercado das cadeias de suprimento do setor, projetos futuros já previstos, como novas unidades de produção em construção, e o impacto da regulação no segmento. Este estudo avaliou diferentes possibilidades de substituição energética, ou seja, novas tecnologias de motorização e de combustíveis para as aplicações atuais.

As projeções indicam que o máximo de consumo para diesel ocorrerá na década de 2040, no cenário apresentado em 2047, pois o crescimento do transporte de produtos e passageiros seguirá ocorrendo no país, assim como o uso em equipamentos agrícolas, responsáveis por cerca de 80% e 15% do consumo, respectivamente. Além disso, as formas de motorização neste período ainda utilizarão o diesel com intensidade, mesmo com a obrigação de compensar suas emissões de carbono. Após o ponto máximo espera-se que a redução de consumo ainda seja gradual, em função da velocidade de entrada de novas tecnologias que buscarão emissão zero.

"Portanto, a expectativa é que haja duas ondas distintas para substituição energética do diesel, na primeira onda, até a década de 2040, a substituição energética do diesel terá como principal propósito a redução parcial das emissões de CO2 associada a instrumentos de compensação de emissões no transporte. Em uma segunda onda, a introdução de novas motorizações com o objetivo de eliminar as emissões de CO2 deverá prevalecer, impondo o uso de outras soluções tecnológicas que irão se consolidar ao longo da década de 2040 para introdução com maior intensidade na década de 2050", explica Marcus D´Elia.

Neste caso, mesmo no longo prazo, a preocupação com a garantia do suprimento de diesel se renova. A formulação de políticas públicas que venham a garantir a substituição energética esperada nas duas ondas no período de 2025 - 2060 deverá ser o principal instrumento utilizado para solucionar a questão da demanda por diesel no longo prazo, reduzindo efetivamente seu consumo mesmo com o aumento da movimentação de produtos e produção agrícola. A curva original apresentada na projeção indica um crescimento de 48% no período, caso se mantenham as condições de mercado e regulatórias atuais, valores que aumentariam substancialmente o risco de suprimento para o país.

Ações necessárias

Considerando o cenário apresentado, o especialista listou seis ações necessárias para iniciar a primeira onda de substituição energética por tipo de aplicação, reduzindo o consumo de diesel A, que seriam:

1- Incentivos ao desenvolvimento e maior participação de biocombustíveis (biodiesel e HVO) no transporte de cargas e passageiros;

2- Incentivo para a migração da frota de veículos de carga e passageiros em longa distância para motorizações híbridas;

3- Incentivo para migração da frota de caminhões leves em aplicação urbana para motorizações elétricas ou híbridas;

4- Incentivo para migração da frota de ônibus urbanos para motorizações elétricas ou híbridas.

5- Incentivo para migração da frota de equipamentos agrícolas para motorizações a biometano.

6- Definição de metas de descarbonização para o transporte rodoviário de cargas e passageiros, individualizada e por percurso realizado.

"No caso da segunda onda de substituição energética do diesel, que deverá ocorrer somente a partir da década de 2040, o incentivo a tecnologias plenamente comerciais neste período que garantam a emissão zero de CO2  para transporte rodoviário e para equipamentos agrícolas deverá ser o último grupo de medidas que efetivamente levará à redução do consumo de diesel, finalizando o processo de substituição do produto, que será gradual ao longo das décadas seguintes", indica D´Elia.

Website: https://www.leggio.com.br/

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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