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Transplante de córnea: fila triplica em dez anos no Brasil

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a pandemia de Covid-19 teve um forte impacto nos procedimentos eletivos, o que contribuiu para o acúmulo de espera

6 set 2024 - 19h29
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O número de pacientes na fila de espera para um transplante de córnea no Brasil quase triplicou em uma década. Em 2014, eram 10.734 pessoas aguardando pela cirurgia, número que saltou para 28.937 em junho de 2024. Este aumento alarmante foi divulgado na segunda-feira (2) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

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Foto: depositphotos.com / iviberro.gmail.com / Perfil Brasil

De acordo com a entidade, a pandemia de Covid-19 teve um forte impacto nos procedimentos eletivos, o que contribuiu para o acúmulo de espera. O pico deste crescimento ocorreu em 2020, quando o número de pacientes na fila cresceu 33%, passando de 12.212 em 2019 para 16.337.

Desde então, a lista de espera continuou a aumentar, atingindo 20.134 em 2021, 23.946 em 2022 e, finalmente, 26.905 em 2023. Esses dados incluem o Sistema Único de Saúde (SUS), assim como as redes privada e suplementar.

A fila de espera para o transplante de córnea no Brasil

A fila de espera por um transplante de córnea varia significativamente entre os estados brasileiros. Atualmente, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram no número de pacientes aguardando, com cerca de 12,5 mil pessoas na lista.

Entre 2014 e junho de 2024, 146.534 pacientes conseguiram realizar o transplante de córnea no país. No entanto, a demanda crescente e a interrupção de cirurgias durante a pandemia dificultaram a redução da fila.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia destaca que a insuficiência de doadores e a necessidade de melhorias na gestão dos transplantes são outros fatores que impactam diretamente no aumento das listas de espera.

O estado de São Paulo é o que apresenta o maior número de pacientes em fila de espera. De 2019 a 2023, o número de pessoas aguardando pelo transplante subiu de 2.835 para 4.587. No Rio de Janeiro, a fila passou de 2.898 em 2021 para 4.274 em 2023, um crescimento de quase 50% em dois anos.

Outros estados como Rio Grande do Sul e Pernambuco também registraram um aumento expressivo. O Rio Grande do Sul passou de 52 pacientes em 2014 para 1.299 em 2023, enquanto Pernambuco passou de 86 para 1.272 no mesmo período.

Por outro lado, estados como Ceará e Amazonas conseguiram reduzir significativamente suas filas, com quedas de 67% e 77%, respectivamente.

Qual o tempo de espera e o que é feito para melhorá-lo?

A média nacional de espera por um transplante de córnea é de 194 dias, aproximadamente seis meses. No Maranhão e no Pará, esse tempo é bem maior, chegando a 595 e 594 dias, respectivamente. O Ceará tem o menor tempo de espera, com apenas 63 dias, seguido pelo Paraná (119 dias) e Pernambuco (121 dias).

Casos extremos de espera também foram registrados. No Rio de Janeiro, alguns pacientes aguardaram até 190 meses, ou seja, 16 anos. Situações semelhantes aconteceram no Ceará (159 meses), Pará (152 meses) e Minas Gerais (129 meses).

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia sugere algumas medidas para reduzir a fila de espera por transplantes de córnea. Uma delas é o aumento da capacidade anual de transplantes. Em 2023, foram realizados 16.027 procedimentos, mas ainda insuficientes para atender a demanda crescente.

Até junho de 2024, foram feitos 8.218 transplantes de córnea, quase 3 mil deles só em São Paulo. Existem atualmente 651 equipes treinadas para realizar essa cirurgia, distribuídas em 429 serviços habilitados. São Paulo lidera com 210 equipes, seguido por Minas Gerais (72), Rio de Janeiro (65) e Espírito Santo (31).

Outras medidas incluem a expansão da infraestrutura dos bancos de olhos e campanhas para aumentar a conscientização sobre a doação de órgãos. Estas ações são consideradas fundamentais pelo CBO para reverter a tendência preocupante do aumento na fila de espera.

Perfil Brasil
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