Trump anuncia fechamento de Usaid, principal agência de ajuda internacional dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou o encerramento das atividades da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) por meio de uma publicação em sua rede social, a Truth Social. A decisão foi anunciada na noite de quinta-feira (6), em meio a uma ofensiva contra programas de assistência internacional.
"A Usaid está deixando a esquerda radical louca, e não há nada que eles possam fazer a respeito, pois a forma como o dinheiro foi gasto, grande parte de forma fraudulenta, é totalmente inexplicável. A corrupção está em níveis raramente vistos antes. Fechem-na!", escreveu o presidente.
A decisão ocorre no contexto de um programa de cortes de gastos liderado pelo bilionário Elon Musk, que chefia o Departamento de Eficiência Governamental (Doge). Apesar do nome, o Doge não é um órgão formal, mas sim uma equipe criada para identificar áreas de redução de custos no governo federal.
O que muda com o fechamento da Usaid?
Poucas horas antes da publicação de Trump, a agência de notícias Reuters divulgou um comunicado interno da Usaid informando que apenas 611 funcionários seriam mantidos em seus postos. O número é maior do que os 300 inicialmente previstos, mas representa um corte drástico na equipe, que contava com 10 mil trabalhadores no início do ano. A decisão entraria em vigor à meia-noite desta sexta-feira (7).
A medida gerou reação imediata. Uma ação judicial foi apresentada para tentar reverter o fechamento da agência, buscando impedir o corte de financiamento e restabelecer as operações. A desmontagem da Usaid faz parte de uma estratégia mais ampla da política "América Primeiro", que prevê a redução da participação dos EUA em iniciativas internacionais.
O congelamento da ajuda externa afeta programas humanitários em várias partes do mundo, incluindo hospitais de campanha em campos de refugiados na Tailândia e iniciativas de distribuição de medicamentos para o tratamento de HIV. Organizações brasileiras também podem ser impactadas.
No ano fiscal de 2023, a Usaid destinou cerca de US$ 38,1 bilhões (mais de R$ 222 bilhões) para assistência humanitária, saúde e programas de emergência, valor que representa menos de 1% do orçamento federal dos EUA.
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