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Trump diz que coronavírus representa risco "muito baixo" para os EUA

27 fev 2020 - 09h18
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Na tentativa de acalmar o mercado, presidente minimiza risco de epidemia nos Estados Unidos, enquanto aumentam casos em vários países. Premiê australiano afirma que possível pandemia de Covid-19 paira sobre o mundo.Governos em todo o mundo reforçaram medidas de proteção com o aumento das preocupações em relação a uma possível pandemia de Covid-19, após o número de infecções fora da China superar pela primeira vez o de casos registrados no país onde o surto do novo coronavírus teve início.

Presidente dos EUA, Donald Trump, diz que seu país está "muito, muito pronto" para lidar com Covid-19
Presidente dos EUA, Donald Trump, diz que seu país está "muito, muito pronto" para lidar com Covid-19
Foto: DW / Deutsche Welle

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump, minimizou a ameaça do coronavírus, apesar de as autoridades do país anunciarem o primeiro possível caso de transmissão da doença para uma pessoa sem histórico de viagem relevante e que nem sequer manteve contato com outro indivíduo infectado.

Na tentativa de acalmar o mercado financeiro, o presidente americano disse que o risco de uma epidemia em seu país é "muito baixo" e que os EUA estão "muito, muito prontos" para lidar com a ameaça.

Trump designou o vice-presidente americano, Mike Pence, para supervisionar as ações de prevenção do país e disse que o número de casos diagnosticados em solo americano poderá cair para zero nos próximos dias, apesar de alertas do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDCP) sobre uma possível disseminação da doença.

"Tivemos um tremendo sucesso, além do que as pessoas poderiam pensar", afirmou Trump. "Ao mesmo tempo, ocorrem surtos em alguns países; a Itália e vários outros países vêm tendo algumas dificuldades", observou.

No momento, autoridades de saúde dos EUA lidam com 59 casos da doença, na maioria, em cidadãos americanos repatriados do navio de cruzeiro Diamond Princess, colocada em quarentena no Japão. Desde que a embarcação ancorou em Yokohama, no dia 3 de fevereiro, quase 700 infecções foram detectadas a bordo, e quatro pessoas morreram.

Nos EUA, ações despencaram, e o preço do petróleo caiu em razão dos temores de uma pandemia. Os mercados globais se mantiveram em baixa pelo sexto dia consecutivo, com prejuízos de mais de 3,6 trilhões de dólares.

Na Austrália, o primeiro-ministro Scott Morrison adotou um tom mais alarmante do que o utilizado por Trump. "Há todas as indicações de que o mundo irá em breve entrar na fase pandêmica do coronavírus", afirmou, ao anunciar o plano de emergência do governo para o país.

"Nós acreditamos que o risco de uma pandemia paira sobre nós e, como governo, precisamos tomas as medidas necessárias para nos prepararmos", afirmou Morrison.

A Austrália tem 23 casos do coronavírus detectados e opera em situação de pandemia, com os hospitais sob ordens de garantir quantidades suficientes de materiais médicos, equipamentos de proteção pessoal e de funcionários de prontidão.

Apesar do pouco que se sabe sobre o coronavírus, batizado de Sars-Cov-2, a rápida disseminação da doença Covid-19 em países como Itália, Irã e Coreia do Sul exacerbou os temores de uma pandemia global da doença. O Brasil teve o primeiro caso da doença na América Latina confirmado nesta quarta-feira.

A Itália detectou 100 infecções adicionais nas últimas horas, aumentando o total na maior área de contaminação da Europa para mais de 400, com 12 mortes confirmadas. Italianos ou pessoas que visitaram o país recentemente apresentaram resultados positivos em testes realizados na Argélia, Croácia, Espanha e Suíça.

Dinamarca, Suécia, Noruega, Grécia, Romênia, Paquistão e Estônia confirmaram os primeiros casos da doença.

No Oriente Médio, muitas das infecções são relacionadas às contaminações no Irã, que já soma 141 casos e 22 mortes, o maior número de vítimas fatais fora da China. Ao todo, a doença já infectou mais de 82 mil pessoas em todo o mundo.

Na Alemanha, o ministro da Saúde, Jens Spahn, afirmou nesta quarta-feira que o país enfrenta o início de uma epidemia do novo coronavírus e disse esperar um aumento significativo dos números de novas infecções. "As cadeias de contágio não são mais, em parte, rastreáveis, e isso é algo novo", acrescentou. O país tem 21 casos confirmados da doença.

Na China, as mortes já somam 2.744 entre 78.497 casos, a maior parte na província de Hubei. As autoridades informaram que o número de mortes nas últimas 24 horas foi de 29, o mais baixo nas contagens diárias desde o dia 28 de janeiro. Foram registrados 433 novos casos da doença, contra os 406 detectados no dia anterior.

RC/rtr/ap

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