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Trump quer se reunir com Putin em Washington ainda neste ano

19 jul 2018 - 21h12
(atualizado às 21h47)
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Convite do presidente americano a líder russo ocorre em meio a furor causado por primeiro encontro em Helsinque. Segundo a Casa Branca, nova reunião está sendo negociada para o outono, período de eleições americanas.Em meio à polêmica que se desenrolou após uma primeira reunião em Helsinque, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer um segundo encontro com o líder da Rússia, Vladimir Putin, ainda neste ano - desta vez em Washington, informou a Casa Branca nesta quinta-feira (19/07).

Encontro entre Trump e Putin em Helsinque foi alvo de duras críticas nos Estados Unidos
Encontro entre Trump e Putin em Helsinque foi alvo de duras críticas nos Estados Unidos
Foto: DW / Deutsche Welle

Segundo a porta-voz do governo americano, Sarah Sanders, Trump pediu a seu assessor de Segurança Nacional, John Bolton, que convide Putin para visitar os Estados Unidos, no âmbito de um "diálogo contínuo" entre os conselhos de segurança dos dois países.

Sanders acrescentou que as negociações para o encontro já estão em andamento. A cúpula deve ocorrer no outono americano (entre setembro e dezembro), um período que coincide com as eleições legislativas, marcadas para novembro.

O cobiçado convite a Washington certamente seria visto como uma vitória para Putin, cuja última visita oficial aos Estados Unidos foi em julho de 2007, quando foi recebido pelo então presidente George W. Bush na casa de sua família em Kennebunkport, no estado do Maine.

Mais cedo nesta quinta-feira, Trump disse estar "ansioso" pela próxima reunião com o presidente russo, descrevendo o primeiro encontro, realizado na segunda-feira na capital da Finlândia, como "um grande sucesso".

Segundo ele, o objetivo é que ambos comecem a implementar "alguns dos vários assuntos discutidos, incluindo o combate ao terrorismo, a segurança de Israel, proliferação nuclear, ataques cibernéticos, comércio, Ucrânia, paz no Oriente Médio, Coreia do Norte e outros".

"Existem muitas respostas, algumas fáceis e outras difíceis, para esses problemas. Mas todos eles podem ser resolvidos", acrescentou o líder americano no Twitter.

O novo convite a Putin pegou de surpresa o diretor nacional de inteligência americano, Dan Coats, que foi informado sobre o assunto durante uma coletiva de imprensa num fórum no Colorado. "Você pode repetir?", perguntou ao repórter. "Ok. Isso vai ser especial", disse ele, rindo.

Coats também afirmou que, mesmo três dias após o encontro entre Trump e Putin, ele ainda não sabe o que foi discutido entre os dois líderes. O encontro de mais de duas horas foi a portas fechadas, com a presença apenas de seus intérpretes.

"Se ele tivesse me perguntando como isso [a reunião] deveria ter sido conduzido, eu teria sugerido um jeito diferente", afirmou o diretor de inteligência.

Um iminente segundo encontro foi condenado por opositores de Trump, como o senador democrata Chuck Schumer, líder da minoria na Casa, que cobrou antes uma resposta do presidente sobre o conteúdo sigiloso da cúpula na Finlândia.

"Até sabermos o que aconteceu naquela reunião de duas horas em Helsinque, o presidente não deveria ter novas interações individuais com Putin. Nos Estados Unidos, na Rússia ou em qualquer outro lugar", disse ele em comunicado.

Após a reunião nesta semana, Trump foi alvo de duras críticas de diversas autoridades americanas, incluindo políticos republicanos, após defender, ao lado de Putin, a versão do governo russo de que Moscou não interferiu nas eleições presidenciais americanas de 2016.

Na segunda-feira, Trump afirmara "não ter motivos" para acreditar que o Kremlin esteve envolvido no caso, apesar de as agências de inteligência americanas apontarem o contrário.

Pressionado, o republicano acabou voltando atrás na terça, argumentando que se expressou mal ao lado do russo na véspera. Já de volta à Casa Branca, ele afirmou que, na verdade, quis dizer que "não vê nenhuma razão para não ser a Rússia" a responsável pela interferência no pleito.

No dia seguinte, em mais uma declaração polêmica, Trump negou que os Estados Unidos ainda sejam um alvo da Rússia, contradizendo mais uma vez seu próprio serviço de inteligência, que alega que Moscou continua investindo contra o sistema eleitoral americano.

EK/afp/dpa/efe/rtr/ots

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