Trump rejeita relatório sobre aquecimento global
Presidente dos EUA diz que não acredita em conclusões de documento elaborado por 13 agências federais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou nesta segunda-feira (26/11) as conclusões de um relatório do governo americano, que alerta para os graves impactos do aquecimento global na economia e saúde pública dos EUA.
"Eu vi, li um pouco e está tudo bem. Eu não acredito", afirmou Trump a jornalistas na Casa Branca. O presidente destacou ainda que não acredita nas previsões de impactos devastadores apontados no relatório divulgado na sexta-feira passada.
"Nunca estivemos mais limpos do que somos agora, e isso é muito importante para mim, mas se estamos limpos e todos os outros lugares estão sujos, não é tão bom", afirmou Trump.
O documento, encomendado pelo Congresso americano, inclui pareceres de 13 agências federais e foi escrito por 300 cientistas. O relatório estima que o país pode perder "muitas centenas de milhares de milhões de dólares" até ao final do século devido às mudanças climáticas. O relatório adverte que o aquecimento global trará caos ao meio ambiente, economia e saúde pública nos EUA.
O relatório aponta como o aquecimento global, resultante da queima de combustíveis fósseis está prejudicando os EUA, e como se manifesta nos diferentes setores da economia, incluindo a energia e a agricultura.
Ele detalha como as temperaturas ascendentes vão ameaçar os campos agrícolas mais baixos, elevar a probabilidade de inundações e incêndios florestais, entravar a produção de energia e aumentar a incidência de doenças tropicais no país. Ainda assim, ação governamental imediata poderia abrandar os impactos mais extremos.
O documento destaca ainda que as mudanças climáticas causarão perdas enormes à infraestrutura e propriedades, além de impedir o crescimento econômico. Com base em numerosos estudos, os autores do relatório asseguraram que 90% do atual aquecimento global é causado pela ação humana.
O relatório contradiz as opiniões de Trump, que tem repetidamente negado a mudança climática como sendo um trote dos chineses. Em 2017 ele retirou os EUA do Acordo do Clima de Paris, um esforço internacional conjunto para combater a elevação das temperaturas globais.