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Tucanos defendem Alckmin e tratam Serra de forma protocolar 

Ex-governadores de São Paulo foram alvos de ações da Polícia Federal nas últimas semanas

22 jul 2020 - 12h56
(atualizado às 13h03)
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Os ex-governadores paulistas Geraldo Alckmin e José Serra receberam tratamentos diferentes no PSDB após serem alvos de ações da Polícia Federal nas últimas semanas. Enquanto Alckmin foi contemplado com defesas contundentes de caciques históricos da legenda, Serra foi tratado de forma protocolar.

Ex-governador Geraldo Alckmin
06/09/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
Ex-governador Geraldo Alckmin 06/09/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O atual senador foi denunciado no começo do mês pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro transnacional e, nessa terça-feira, 21, foi alvo de mandados de busca e apreensão por suposto esquema de caixa 2 em sua campanha ao Senado. Já Alckmin foi indiciado pela PF por corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. Ambos são investigados em desdobramentos da Operação Lava Jato.

O governador de São Paulo, João Doria, por exemplo, não se manifestou publicamente em defesa de Serra, como fez com Alckmin. "A trajetória de Alckmin é marcada pelo compromisso com valores éticos e dedicação à causa pública", escreveu no dia 16 de novembro nas redes sociais. A defesa do ex-governador classificou o indiciamento como "injustificável" e "precipitado".

Embora haja desconforto entre aliados de Doria em relação à escolha de Alckmin como coordenador do plano de governo do prefeito Bruno Covas, que vai tentar a reeleição em novembro, o ex-governador é amplamente apoiado pela ala "covista" da legenda, que decidiu mantê-lo na campanha eleitoral municipal.

Em breve nota oficial divulgada nessa terça-feira, o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, disse que o partido "reitera sua confiança" no senador José Serra, que, segundo ele, é "pautada nos mais de 40 anos de uma vida pública conduzida de forma proba e correta".

A PF diz que Serra e o fundador da Qualicorp, o empresário José Seripieri Filho, preso provisoriamente na ação de ontem, estão "no topo da cadeia criminosa" que envolveu supostos repasses ocultos de R$ 5 milhões para a campanha do tucano ao Senado, em 2014. A defesa do senador classificou a operação de "espetacularização" e nega ter recebido vantagens indevidas. Já o advogado do empresário viu a prisão como "injustificável".

Reservadamente, tucanos dizem que Serra manteve uma relação distante e fria com o PSDB fora dos períodos de eleição, enquanto Alckmin sempre fez o "dever de casa" e nunca deixou de dialogar com a base do partido.

Estadão
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