Turquia desmantela célula do "Estado Islâmico"
Ataque que resultou na morte de sete suspeitos e dois policiais ocorre a poucos dias das eleições gerais. Milícia terrorista é tida como o principal suspeita do ataque em Ancara, que matou 102 pessoas.
A polícia turca realizou na madrugada desta segunda-feira (26/10) uma batida em casas supostamente utilizadas por membros de uma célula do "Estado Islâmico" (EI). A ação resultou na morte de dois policiais e sete suspeitos de ligação com a organização terrorista, segundo informou a agência estatal de notícias Anadolu.
O incidente ocorreu na cidade de Diyarbakir, de maioria curda, a poucos dias das eleições gerais no país, marcadas para 1º de novembro. Na ação, cinco policiais ficaram feridos e doze suspeitos foram presos. A polícia também apreendeu armas, munição e documentos.
De acordo com a Anadolu, os dois policiais mortos ao invadir o local foram vítimas de armadilhas explosivas. A ação policial foi realizada em "três ou quatro casas", supostamente utilizadas pela célula do EI, informou o vice-ministro do Interior, Numan Kurtulmus. "Um grupo importante do Daesh [nome do EI em árabe] foi neutralizado", afirmou.
O EI é tido como principal suspeito do atentado a uma manifestação pacífica pró-curda em Ancara, que deixou 102 mortos no início do mês. O governo, porém, evita atribuir diretamente a culpa pelo pior ataque da história do país à organização extremista, que também é suspeita de um atentado a bomba no sul do país em julho, com 34 mortos. Até o momento, o EI não assumiu a autoria de nenhum dos ataques.
As autoridades turcas não informaram se a operação policial está ligada ao atentado em Ancara, onde um dos autores teria sido identificado como militante do EI. Sob pressão, o presidente Recep Tayyip Erdogan e o primeiro ministro Ahmet Davutoglu sugeriram que uma combinação de grupos terroristas, que incluiria o EI, grupos rebeldes curdos e outras organizações, estaria por trás do atentado.
Entretanto, muitos analistas entendem que o governo tenta se eximir da culpa, em razão da proximidade das eleições gerais. As autoridades são acusadas de ignorar por muito tempo as atividades do EI no país e de não agir para evitar o ataque em Ancara.
RC/dpa/ap