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Ucrânia acusa Rússia de "terrorismo nuclear"

19 set 2022 - 18h10
(atualizado em 20/9/2022 às 05h07)
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Míssil russo cai a menos de 300 metros de reator nuclear, renovando temores quanto a um possível vazamento de radiação. Ataque ocorre dias depois de Moscou reforçar ameaças a infraestruturas ucranianas.Um ataque de míssil próximo a uma usina nuclear na Ucrânia nesta segunda-feira (19/09) levou Kiev a acusar Moscou de "terrorismo nuclear".

Imagem de satélite da usina nuclear de Pivdennoukrainsk, na Ucrânia
Imagem de satélite da usina nuclear de Pivdennoukrainsk, na Ucrânia
Foto: DW / Deutsche Welle

O projétil caiu em um perímetro de menos de 300 metros de um dos reatores da usina de Pivdennoukrainsk e criou uma cratera de dois metros de profundidade por quatro metros de diâmetro, segundo informações da agência nuclear ucraniana, Energoatom.

Nenhum dos três reatores da usina foi danificado e os funcionários saíram ilesos, mas o ataque atingiu equipamentos industriais.

A proximidade do local da queda do míssil renovou os temores quanto a um possível acidente nuclear que possa resultar em vazamento de radiação.

O complexo industrial onde se localiza a usina está situado a cerca de 300 quilômetros da capital, Kiev, ao longo do rio Bug do Sul.

O ataque levou ao fechamento temporário de uma usina hidrelétrica nas proximidades, além de quebrar mais de cem janelas no complexo industrial e romper três linhas de transmissão, segundo autoridades ucranianas.

Zaporíjia

A usina de Pivdennoukrainsk, no sul do país, é a segunda maior da Ucrânia, depois de Zaporíjia, que também vem sendo alvo de ataques. Os reatores nos dois locais foram projetados de maneira idêntica.

A usina de Zaporíjia, a maior da Europa, está ocupada por forças russas desde os primeiros dias da invasão russa da Ucrânia, que já dura quase sete meses.

Bombardeios nas proximidades romperam linhas de transmissões, forçando os técnicos ucranianos que ainda trabalham no local a fechar os seis reatores.

Russos e ucranianos se acusam mutuamente pelos ataques no entorno da usina.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que mantém observadores em Zaporíjia, informou que uma das principais linhas de transmissão foi religada na última sexta-feira, o que possibilita gerar a eletricidade necessária para o resfriamento dos reatores.

"Terrorismo nuclear"

Após a série de revezes das tropas russas nas últimas semanas, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou aumentar os ataques a infraestruturas ucranianas. Moscou já bombardeou estações elétricas e equipamentos de transmissão, gerando blecautes e colocando em perigo os sistemas de segurança das usinas nucleares administradas por Kiev.

O Ministério ucraniano da Defesa e a Energoatom classificaram o ataque como um aro de "terrorismo nuclear" por parte do Kremlin.

Putin, no entanto, alega que suas forças vêm agindo, até o momento, com comedimento, em reação às tentativas ucranianas de atingir instalações russas. "Se a situação se desenvolver nesse sentido, nos resposta será mais séria", advertiu o presidente.

"Recentemente, as Forças Armadas russas realizaram ataques de grande impacto", afirmou, em referência a bombardeios realizados na semana passada. "Vamos considerá-los como ataques de advertência."

rc (AP, Reuters)

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