Um furacão categoria 6 é cada vez mais provável? Entenda melhor
A escala Saffir-Simpson, usada para classificar furacões, tem cinco categorias e existe desde a década de 1970. No entanto, estudos indicam que alguns furacões ultrapassam a categoria máxima definida, sinalizando a necessidade de uma atualização
A discussão sobre a necessidade de uma nova categoria na escala que mede a intensidade de um furacão, a chamada categoria 6, ganha cada vez mais força.
No cenário das mudanças climáticas, a comunidade científica está voltando suas atenções para os furacões cada vez mais poderosos que atingem o planeta.
Com o aquecimento global, os oceanos estão se tornando verdadeiras caldeiras, fornecendo combustível para que os furacões se intensifiquem de maneira mais rápida. Esse aumento na intensidade dos furacões trouxe à tona o debate sobre como classificar adequadamente esses eventos cada vez mais frequentes e potencialmente devastadores.
Aquecimento dos oceanos e a formação de um furacão
Cientistas têm observado que a principal consequência das mudanças climáticas no comportamento dos furacões é o aquecimento das águas dos oceanos. "Cerca de 90% do calor excedente gerado pelo aquecimento global é absorvido pelos oceanos", destaca Andra Jenn, professora de Ciências Ambientais da Universidade de Rowan. Esse acúmulo de calor nos oceanos é um combustível potente para as tempestades tropicais.
Dados de estudos recentes indicam que as tempestades no Oceano Atlântico têm 29% mais probabilidade de se intensificarem rapidamente hoje, em comparação com décadas passadas. Um exemplo recente é o furacão Milton, que em poucos dias se intensificou de uma tempestade tropical para um furacão de categoria máxima. Este fenômeno ilustra a ligação entre as águas aquecidas e a potência dos furacões.
Por que considerar uma categoria 6?
A escala Saffir-Simpson, usada atualmente para classificar furacões, tem cinco categorias e existe desde a década de 1970. No entanto, estudos indicam que alguns furacões ultrapassam a categoria máxima definida, sinalizando a necessidade de uma atualização. Michael Wehner, cientista da Universidade de Berkeley, explica que a intensificação desses fenômenos requer novas ferramentas de classificação para alertar sobre os perigos dos furacões de grande intensidade.
Impacto de mais uma categoria na escala
Adicionar uma nova categoria pode parecer apenas uma mudança técnica, mas, na verdade, é uma ação significativa no contexto da conscientização das mudanças climáticas. Michael Wehner e Andra Jenn são alguns dos pesquisadores que acreditam que essa mudança ajudaria a comunicar melhor os riscos associados a furacões extremamente perigosos.
Mesmo furacões já classificados nas categorias 4 ou 5 podem causar danos catastróficos. Entretanto, uma categoria 6 destacaria os casos onde a destruição potencial é ainda maior, proporcionando uma compreensão mais clara dos riscos envolvidos. Essa comunicação aprimorada poderia conduzir a melhores preparações e previsões por parte das comunidades ameaçadas.
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