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Um quarto da população de Gaza está à beira da fome, diz ONU

Segundo Ramesh Rajasingham, diretor-coordenador do Gabinete da Organização das Nações Unidas, uma em cada seis crianças menores de dois anos já sofre de definhamento

28 fev 2024 - 16h42
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A Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Organização das Nações Unidas), alertou que pelo menos 576 mil pessoas na Faixa de Gaza, equivalente a um quarto da população, estão a um passo da fome. A entidade acrescenta que a fome generalizada pode ser "quase inevitável" se nada for feito.

Conflito já matou mais de 27 mil palestinos
Conflito já matou mais de 27 mil palestinos
Foto: Jornal Nacional/Reprodução / Perfil Brasil

"Muito pouco será possível enquanto as hostilidades continuarem e enquanto houver risco que elas se espalhem em áreas superlotadas no sul de Gaza. Nós, portanto, reiteramos nosso apelo por um cessar-fogo", disse Ramesh Rajasingham, diretor-coordenador do Gabinete da ONU, em reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Ainda de acordo com dados apresentados por Rajasingham, uma em cada seis crianças menores de dois anos no norte de Gaza já sofre de desnutrição aguda e definhamento. Praticamente todas as 2,3 milhões de pessoas do enclave palestino dependem de auxílio alimentar "lamentavelmente inadequado" para sobreviver.

O diretor-geral adjunto da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), Maurizio Martina, alertou também para a destruição da infraestrutura de produção, processamento e distribuição de alimentos. Conforme o executivo, 97% da água em Gaza está inapta para o consumo.

Na reunião do Conselho de Segurança da ONU, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, disse, nesta terça-feira (27), que a ajuda está esperando na fronteira. No entanto, Rajasingham aponta que a ONU e grupos de auxílio humanitário enfrentam "enormes obstáculos apenas para levar um mínimo de suprimentos para Gaza".

O representante de Israel na ONU, Jonathan Miller, defendeu a abordagem do país e responsabilizou a ONU e outras agências pela limitação na capacidade operacional para entregar a ajuda humanitária.

"Israel tem sido claro nas suas políticas. Não há absolutamente nenhum limite, e repito, não há nenhum limite para a quantidade de ajuda humanitária que pode ser enviada para a população civil de Gaza", disse Miller ao Conselho de Segurança.

O vice-diretor executivo do Programa Alimentar Mundial, Carl Skau, se comprometeu a expandir "rapidamente" as operações de entregas de alimentos assim que um cessar-fogo for anunciado.

"Enquanto isso, o risco de fome está sendo alimentado pela incapacidade de levar suprimentos críticos de alimentos para Gaza em quantidades suficientes e pelas condições operacionais quase impossíveis enfrentadas por nossa equipe no terreno", disse Skau.

Os EUA incentivaram Israel a manter as passagens de fronteiras abertas para entregas de auxílio humanitário para Gaza e que facilite a abertura de mais passagens, disse o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, em reunião do Conselho de Segurança.

"Simplificando, Israel precisa fazer mais", afirmou. "Continuamos pedindo que Israel melhore procedimentos de desconflitualização para garantir que o auxílio possa se mover de maneira segura."

O governo de Israel declarou estado de guerra em 7 de outubro de 2023, depois de o grupo extremista palestino Hamas atacar o sul do país e matar cerca de 1.200 pessoas. O conflito segue desde então e já deixou mais de 27 mil mortos.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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