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União Brasil apresenta queixa-crime no MP contra Camilo Cristófaro por racismo

Partido também protocolou uma representação na Corregedoria da Câmara Municipal de SP devido a conduta do vereador

4 mai 2022 - 20h35
(atualizado às 23h17)
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O vereador de São Paulo Camilo Cristófaro (PSB) foi flagrado nesta terça-feira, 3, falando uma expressão racista durante a CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo.
O vereador de São Paulo Camilo Cristófaro (PSB) foi flagrado nesta terça-feira, 3, falando uma expressão racista durante a CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo.
Foto: André Bueno/CMSP/Divulgação / Estadão

O União Brasil São Paulo protocolou queixa-crime no Ministério Público nesta quarta-feira, 4, por crime de racismo contra o vereador Camilo Cristófaro (sem partido), após áudio vazado durante a sessão da CPI dos Aplicativos. No áudio, é possível ouvi-lo dizer: "Não lava nem a calçada, é coisa de preto, né?". 

"O vereador extrapolou os limites do direito de opinião e de manifestação de pensamento ao proferir falas racistas. Tal conduta foi indecente, desrespeitosa, criminosa e não pode passar incólume", afirmou o União Brasil, por meio de nota enviada ao Terra.

O partido protocolou, ainda, uma representação na Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo, pois afirma que a conduta do vereador é incompatível com a de um parlamentar. "O episódio reforça o racismo estrutural. Nesta e em nenhuma circunstância pode ser visto como uma brincadeira ou deslize, ainda mais

em uma Casa Legislativa. Nestes casos, temos de ser enérgicos, contundentes e intolerantes no combate ao racismo e, por isso, recomendamos a cassação do vereador", complementou.

Relembre o caso

O vereador foi flagrado falando uma expressão racista durante a CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo, da qual participava de forma remota, por meio de vídeoconferência. A fala de cunho racista foi criticada por outros parlamentares que participavam da sessão. Para os colegas da Casa, no entanto, Cristófaro deu duas versões completamente diferentes

Segundo reportagem da TV Globo, em uma das versões, Cristófaro afirmou que se referia a cor de um carro no momento em que sua fala vazou. "Estou dizendo que carro preto dá trabalho, que carro preto é f... dão mais trabalho para polir”, disse.

No entanto, o parlamentar deu outra versão - completamente diferente - em reunião com Líderes e outros colegas da Câmara. Dessa vez, ele admitiu o teor racista da fala, mas tentou minimizar sua ação.

"Eu estava com o Chuchu, chefe de gabinete da Sub[prefeitura] do Ipiranga, que é negro. Eu comentei com ele, que estava lá (...) Inclusive domingo nós fizemos uma limpeza e. quando eu cheguei, eu falei: ‘isso aí é coisa de preto, né?’. Falei pro Chuchu como irmão, porque é meu irmão”, alegou o vereador.

Ainda na reunião, o vereador disse que "tem intimidade" com Chuchu para fazer esse tipo de comentário, que também é alvo dessas "brincadeiras" e pediu desculpas aos colegas que se sentiram ofendidos.

Após a polêmica, o PSB desfilou Cristófaro. O pedido veio por meio de um documento assinado pelos deputados federais Marcelo Freixo (RJ), Danilo Cabral (PE) e Milton Coelho (PE).

Fonte: Redação Terra
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