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Vale indica aumento de produção de minério de ferro em 2022

29 nov 2021 - 14h54
(atualizado às 17h15)
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A mineradora Vale prevê produzir entre 320 milhões e 335 milhões de toneladas de minério de ferro em 2022, indicando um aumento de produção ante 2021 na melhor das hipóteses, de acordo com projeções divulgadas nesta segunda-feira durante o evento com investidores em Nova York.

Marca da Vale
6/12/2017
REUTERS/Brendan McDermid
Marca da Vale 6/12/2017 REUTERS/Brendan McDermid
Foto: Reuters

Para 2021, a estimativa de produção foi revista nesta segunda-feira a 315-320 milhões de toneladas. Anteriormente, a meta para este ano era de 315 milhões a 335 milhões de toneladas.

Mesmo assim, a empresa voltará a aumentar a produção neste ano, após cair em 2020 com a contribuição de diversas paralisações de minas que passaram por revisões de segurança após o rompimento de barragem em Brumadinho (MG) em janeiro de 2019.

No ano passado, a produção da empresa foi de 300,4 milhões de toneladas, contra quase 302 milhões em 2019.

"Estamos empenhados em trazer de volta a capacidade a 400 milhões de toneladas, é importante ter a capacidade plena com a maior eficiência possível", disse o vice-presidente executivo de Ferrosos, Marcello Spinelli.

"O valor é nosso mantra, não vamos produzir sem necessidade de mercado, não vamos entregar nada sem a qualidade necessária. Então vamos seguir nossa estratégia."

A companhia planeja atingir capacidade de produção de 370 milhões de toneladas de minério de ferro até o fim de 2022, contra 341 milhões neste ano. Além disso, projetou atingir capacidade de 400 milhões de toneladas no médio prazo e 400-450 milhões no longo prazo.

Segundo Spinelli, a abordagem da empresa de "valor sobre volume" continuará definindo a estratégia de produção e vendas. Como parte dessa estratégia, a mineradora tem trabalhado na mistura de minério de menor qualidade, em minas antigas de Minas Gerais, com produto de maior teor e menos contaminantes, extraído no Pará.

O Sistema Norte, onde está a maior mina da Vale (S11D), deverá responder por 215 milhões de toneladas de capacidade no médio prazo e 240-260 milhões no longo prazo.

A empresa também prevê uma elevação de seus prêmios devido a iniciativas de descarbonização e melhorias no portfólio para 8 a 12 dólares por tonelada entre 2023 e 2026 e de 12 a 18 dólares para acima de 2029, contra 6 dólares em 2021.

A produção de pelotas de minério de ferro da companhia, por sua vez, deverá atingir de 34 milhões a 38 milhões de toneladas em 2022, informou a companhia, versus 29,7 milhões em 2020 e 41,8 milhões em 2019. De 2023 em diante, a produção de pelotas deverá ser de mais de 50 milhões de toneladas.

A empresa também planeja reduzir custos em 1 bilhão de dólares nos próximos dois anos, considerando 750 milhões de dólares de economia de custos fixos e o restante com eficiência de investimentos de manutenção.

METAIS BÁSICOS

Já do lado de metais básicos, a Vale estima produção de 330-335 mil de toneladas de cobre em 2022, contra 295-300 mil neste ano. Para entre 2023 e 2026, a projeção é de 390-420 milhões de toneladas e após 2027, acima de 450 mil toneladas.

No caso do níquel, a produção deverá ficar em 175-190 mil toneladas entre 2022 e 2023 e em mais de 200 mil toneladas após 2024. Para 2021, a previsão é ficar no intervalo 165-170 mil toneladas.

Os números se comparam a uma produção de cobre de 360,1 mil toneladas em 2020 e a de níquel 214,7 mil toneladas.

"Reconhecemos que 2021 foi um ano difícil", disse o vice-presidente executivo de Metais Básicos, Mark Travers.

Ao longo do ano, houve uma revisão ampla de segurança e estratégia; atrasos na manutenção em Sossego devido a restrições relacionadas à Covid-19; atividades de manutenção no moinho de Sossego e no forno de Onça Puma; dois meses de interrupção do trabalho em Sudbury e atrasos em manutenções programadas devido à parada na unidade canadense.

METAS SOCIAIS E DE SEGURANÇA

Como tem sido desde o rompimento de barragem em Brumadinho, o presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, abriu a apresentação ressaltando trabalhos de reparação, pessoas e segurança.

"Jamais esqueceremos Brumadinho", enfatizou o executivo, ao detalhar o que tem sido feito nessas áreas. Até o momento, a empresa já eliminou sete barragens com método de construção a montante, o mesmo utilizado na estrutura que entrou em colapso em Brumadinho. Outras 23 devem ser eliminadas até 2035.

A empresa vem trabalhando também em diversas frentes para reduzir o uso de barragens, com a adoção de processamento a seco da commodity, além de outras iniciativas.

Durante o encontro com analistas e investidores, a Vale apresentou ainda sua ambição social de ser uma empresa parceira no desenvolvimento de comunidades autônomas, engajada em temas relevantes para a humanidade e comprometida com a mineração sustentável.

Para alcançar esse objetivo, a companhia definiu três metas sociais para 2030: figurar entre as três empresas do setor mais bem posicionadas nos requisitos sociais; retirar 500 mil pessoas da pobreza extrema; e colaborar com as comunidades indígenas vizinhas a todas as suas operações na elaboração e execução de seus planos em busca de direitos previstos na Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

"A Vale quer contribuir para uma maior justiça social por meio de projetos nas áreas da educação, saúde e geração de renda", disse a empresa.

"Além disso, a empresa quer contribuir com a valorização das culturas e com o respeito e promoção dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais."

A companhia também antecipou em cinco anos, para 2025, a meta de atingir 26% de participação feminina na força de trabalho. Atualmente, o percentual de mulheres na Vale é de 18,7%, ante 13,5% em 2019, quando a empresa firmou a meta para mulheres dentro de uma estratégia de diversidade global.

Além disso, a Vale anunciou que pretende alcançar 40% de empregados negros em funções de liderança no Brasil até 2026, ante 29%, número registrado após a realização de um censo autodeclaratório feito neste ano com os empregados.

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